segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Livro sobre santo italiano provoca ira de católicos


Para milhões de católicos, o padre Pio era um homem santo, cujo sangramento nas mãos eram estigmas, sinais sobrenaturais de sua fé profunda e de seus poderes miraculosos. Mas um novo livro sugere que o padre italiano, que morreu em 1968 e foi santificado pelo papa João Paulo II, cometeu fraude, causando seus próprios ferimentos. O livro vem atraindo a fúria de fiéis, que acusam o autor de "calúnia anticatólica".

Em "Padre Pio, miracles and politics in 20th century Italy" ("Padre Pio, Milagres e Política na Itália do Século 20"), Sergio Luzzatto revela que o Vaticano era inicialmente cético em relação ao padre, cuja imagem é popular em casas, lojas e restaurantes em toda a Itália.

Com acesso a arquivos do Vaticano, Luzzatto encontrou evidências de que o padre capuchinho encomendou secretamente garrafas de ácido carbólico, que ele poderia ter usado para criar as feridas em suas mãos, semelhantes às do Cristo crucificado.

Pio morreu em 1968, aos 81 anos, 50 anos depois de anunciar sua primeira experiência de estigmas. Em 2002, o papa João Paulo II canonizou o padre como Santo Pio de Pietrelcina, depois de encontrar evidências da cura miraculosa de uma mulher doente, devido à intervenção do padre. Declarando-se agnóstico, Luzzatto diz que não acredita em estigmas, mas acredita que a história do padre Pio revela muita coisa sobre a Itália e a Igreja Católica Romana, que, em sua análise, aprendeu a amar o padre apenas depois que ficou claro que ele tinha um grande número de devotos.

"Essa história mostra que a Igreja às vezes tem de se resignar a deixar as camadas mais baixas vencerem, em vez da hierarquia." "Não há dúvidas de que, mesmo que o padre Pio já tivesse defensores no alto escalão da Igreja nos anos 1930 e 1940, esse é um dos casos em que a base venceu."

Fonte: Reuters

Sito ufficiale di Padre Pio

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