Um dos murais mais famosos do mundo já pode ser visto nos seus mínimos detalhes através de um computador, em qualquer parte do planeta. A obra-prima virtual foi realizada recompondo 1.677 imagens registradas com tecnologia de ponta. O trabalho foi feito com a ajuda de uma técnica especial de iluminação criada para não danificar a pintura original.
A Última Ceia sobreviveu, sem nenhum arranhão, às nove horas de sessões fotográficas. Muito pouco perto dos quatro ou cinco anos gastos por Leonardo da Vinci para criar o original. O resultado é um quebra-cabeças de 16.945.790.099 pixels que, juntos, formam o mural falso mais verdadeiro da história.
Esta não é a primeira vez que a obra é fotografada. No começo do século passado, A Última Ceia foi retratada em preto e branco através da proteção de grandes vidros. E durante os anos 80, sempre de acordo com as tecnologias mais avançadas da época, o mural também foi retratado em cores.
Desta vez a profundidade e nitidez cromáticas reveladas pela mega-fotografia supera em duas vezes a qualidade das imagens digitais convencionais. Sofisticados programas de computador e processadores de última geração garantiram o sucesso da operação, impensável pouco tempo atrás por causa das dimensões do mural. O mural mede 4,6 por 8,8 metros.
A obra-prima de Leonardo da Vinci foi feita entre os anos de 1494 e 1498. O mestre alternava momentos de intensa atividade com longas pausas.
A Última Ceia, versão digital, é capaz de proporcionar ao pesquisador mais acurado a identificação dos traços intocáveis do mestre e aqueles retoques mais recentes, realizados para recuperar o conjunto. Somente não será possível respirar o cheiro da tinta e nem sentir mistério na pele. A Última Ceia digital chega em boa hora. O original está sendo ameaçado pela poluição ambiental.
O projeto foi financiado, em parte, pelo Ministério para os Bens e as Atividades Culturais da Itália.
Fonte: BBC Brasil
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