O papel da mulher em conflitos é incisivo

As mulheres de todo o mundo podem dar uma grande contribuição para "apagar a guerra da história", afirmou hoje a vice-presidente do Parlamento Europeu, Luisa Morgantini, ao final do II Encontro Internacional "Mulheres em Luta", promovido pelas Mães da Praça de Maio da Argentina. O evento, que começou em Roma na segunda-feira (22), reuniu associações femininas dos cinco continentes, que combatem injustiças, violência, regimes e guerras.

As Mães da Praça de Maio são o exemplo de como as mulheres podem contribuir "não só no campo da solidariedade", como também em conseguir "justiça para todos", acrescentou Luisa.

"A mulher pode ser muito incisiva no combate aos conflitos", declarou por sua vez Rita Borsellino, irmã do juiz siciliano Paolo Borsellino, assassinado pela máfia. Ainda que os problemas sejam freqüentemente de natureza distinta, a luta para resolvê-los é uma só e as mulheres são capazes de se ativar com "uma voz comum para problemas comuns".

Segundo Rita Borsellino, a máfia é um problema que aparentemente pertence a algumas regiões do mundo, mas na verdade "é a base de todos os conflitos" e por este motivo ""atravessa os problemas de todos os problemas".

"É necessário nos conhecermos melhor para nos gostarmos mais", disse na abertura do encontro (22) a presidente da associação argentina das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini. No evento se reuniram mulheres de todo o mundo, inclusive latino-americanas, como a advogada mexicana de Ciudad Juarez, Luz Esthela Castro; a colombiana Aura Celmy Castro, de Mujeres de la Ruta Pacífica; a guatemalteca Micaela Zamora, da Associação Nacional pelos Direitos Humanos da Guatemala; e a nicaragüense Evelin Gutiérrez, do Coletivo de Mulheres de Matagalpa - uma cidade de seu país.

Fonte: Ansa