Ao invés de uma explosão de cores, uma explosão de afeto. Ao invés de fogos de artifício, o fogo da paixão. Ao invés do espocar ensurdecedor dos foguetes, o barulho ritmado de corações acelerados. Ao invés de olhos vasculhando o céu, olhares que penetravam o universo da alma; ao invés de votos individuais ou de grupos, uma avassaladora torrente de milhares de pensamentos e propósitos voltados à paz, à fraternidade, ao amor.
Assim foi o Capodanno de Veneza, que entra na história e no registro das mais tradicionais e concorridas festas que comemoram o novo ano em todo o mundo não pela pirotecnia dos efeitos especiais, mas pela força dos sentimentos de cerca de 60 mil pessoas que se reuniram na praça São Marcos para participar do beijo coletivo, uma iniciativa realizada com sucesso na noite da virada.
Naturalmente, havia fogos de artifício, música e todos os demais aparatos comuns nas festas de fim de ano, mas tudo teve uma participação secundária em um evento que pretendia, e conseguiu, exaltar o amor. E, de quebra, entrar para o Guinnes. A coreografia foi perfeita para a noite, os 200 casais que exerceriam a função de “provocadores de beijo” executaram sua função a contento. Os horários programados funcionaram.
Pouco antes das 23 horas, aconteceu um teste geral. Os presentes primeiro beijaram as mãos de seus companheiros e companheiras, como uma forma de saudação e, em seguida, lascaram um beijo apaixonado, daquele tipo clássico. Todos juntos, feitos uma ola. Logo depois, entrou uma orquestra no palco montado próximo à torre do relógio, tocando doces canções de amor. A operação final, o grande beijo, foi dado na hora certa e terminou 20 segundos depois da meia-noite.
LoVe 2008 mostrou que Veneza ainda está muito longe de ser um mero cenário para o pisoteio de turistas, como disse um jornalista do New York Times. Veneza se supera e a cada ano se renova.
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