Silvio Berlusconi, tem hoje em suas mãos o destino das negociações iniciadas pelo presidente Giorgio Napolitano para encontrar uma saída à crise desatada com a queda do governo de Romano Prodi, com sua negativa a qualquer solução alternativa às eleições antecipadas. Napolitano nunca escondeu sua preferência por um executivo técnico ou institucional, com um mandato limitado no tempo e nas matérias a tratar: o presidente enfatizou a necessidade de reformar a lei eleitoral antes das próximas eleições políticas antes de uma convocação às urnas que se voltará a uma perspectiva urgente.
Em sua tentativa, que Napolitano sabe ser difícil - "é um caminho estreito, mas é preciso tentar percorrê-lo" - o chefe de Estado conta como principal aliado Walter Veltroni, prefeito de Roma e líder do recém-criado Partido Democráticos (PD), mas obteve manifestações de apoio de muitas partes, como por exemplo do presidente da Fiat e dos industriais italianos, a Confindustria. Mas, enquanto Veltroni invoca "o sentido de responsabilidade" da centro-direita para que aceite a solução do governo técnico, do outro lado Berlusconi o ignora abertamente e começa anunciar as dez iniciativas que pretende por em prática quando vencer as próximas, e iminentes, eleições.
O prefeito de Roma pede "prudência aos que exigem o voto com pesquisas na mão", mas Gianfranco Fini, líder da direitista Aliança Nacional, segunda força da coalizão de centro-direita, responde que a "Itália precisa de um governo que enfrente os numerosos problemas existentes" e enfatiza que "perder tempo discutindo uma lei eleitoral que o Parlamento não esteve em grau de fazer em 18 meses equivale a esquecer-se do interesse nacional". Entre as forças de oposição de direita ao governo Prodi apenas a União Democrática de Centro (UDC) é a favor de tentar a opção de um governo institucional ou técnico. E isso, sem esquecer que dentro da ex-maioria oficialista há os que exigem eleições antecipadas, como Berlusconi. Clemente Mastella, o ex-ministro da Justiça e líder da UDEUR que com sua saída do executivo levou à queda o governo Prodi, se declarou "contra por princípios a governos técnicos" e a favor das eleições, "pelo menos que nesses dias presenciemos um milagre", enquanto Lamberto Dini, liberal-democrata que votou não a Prodi, também quer essa saída. O mesmo passa com as forças de esquerda do PD: se Fausto Bertinotti, líder da Refundação Comunista (PRC) e atual presidente da Câmara dos Deputados, disse hoje que não pode ir às eleições com essa lei distorcida, Oliviero Diliberto, dos Comunistas Italianos (PDCI) voltou a repetir à noite que "ou é dado um novo mandato a Prodi ou temor que ir às eleições". precariedade da situação é tal que o secretário de Estado vaticano, Tarciso Bertone, questionado por alguns repórteres, não quis ir adiante e disse esperar "um acordo entre as forças políticas para o bem comum".
Da Ansa
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