Um antigo moinho construído inteiramente em madeira por carpinteiros italianos foi reinaugurado recentemente na Serra do Rio Grande do Sul -- com status de patrimônio histórico do estado --, após dois anos de restauro patrocinado pelo Instituto Ítalo-Latino-Americano (Iila).
O engenho se localiza no alto da serra gaúcha, na pequena cidade serrana de Ilópolis (a mil metros de altura), fundada em meados de 1880 por imigrantes do norte da Itália. Considerado uma obra-prima da carpintaria rústica, o moinho foi terminado em 1917 e possui todas as suas peças feitas em madeira, inclusive as engrenagens. A família Colognese, que herdou a construção, deixou-o funcionando até 1976, mas, a partir de então, seus membros começaram a migrar para os centros urbanos. O histórico patrimônio da família ficou abandonado e acabou entrando em processo de decadência. Recentemente, o prefeito Olimpio Zat teve a idéia de restaurá-lo e transformá-lo em atração turística. O restauro foi conduzido pelo arquiteto Marcelo Ferraz e financiado pela Fundação Nestlé, com patrocínio do Iila. Agora, o moinho Colognese voltou a funcionar, não mais com a energia hidráulica de outros tempos, mas com um moderno motor elétrico, e continua a produzir farinha de milho como antigamente (quando servia toda a região com pão e farinha).
Ao lado do moinho restaurado, que virou patrimônio histórico do Rio Grande do Sul, foi também inaugurado o moderno Museu do Pão e uma oficina de panificação e produção de massas, que ensinará o tradicional ofício italiano para formar padeiros e masseiros profissionais. O moinho também será ponto de partida para o "Caminho dos Moinhos", a partir do qual visitantes poderão conferir outros quatro engenhos históricos da região (um deles já restaurado pelo proprietário). O caminho, além de percurso turístico, dará novos ares à história da imigração italiana no Brasil e à capacidade técnica e cultural associadas. Durante a inauguração do moinho Colognese estiveram presentes o cônsul-geral da Itália em Porto Alegre, Francesco Barbaro, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, e o presidente da Fundação Nestlé, João Dornellas.
Da Ansa
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