Fundada por um violinista empreendedor, mantida por gerações dentro da mesma família e, finalmente, vendida a grandes conglomerados da indústria musical, a gravadora italiana Casa Ricordi completa 200 anos. A história começa com seu fundador, Giovanni Ricordi, que ganhava a vida como violinista e regente, até que decide, em 1806, abrir uma "copisteria": um centro de reproduções de partituras musicais para os diferentes teatros de Milão, no norte da Itália.
Ricordi fecha então um acordo com o Teatro Scala que lhe garante os direitos de edição para as sucessivas representações de óperas, abre uma casa impressora que logo de torna a maior da Itália e, quase sem concorrência, estende sua atividade a toda a península. São anos férteis para a ópera italiana e a família Ricordi mantém contatos com músicos da estatura de Giuseppe Verdi, com o qual manteve colaboração desde a primeira ópera assinada por ele ("Oberto, conte de San Bonifácio", 1839) até a última ("Falstaff", 1893). Sem embargo, se o pai Giovanni Ricordi só pensa em aproveitar seu contrato com o Scala para conseguir as partituras que venderia aos demais teatros do país e do continente, o filho Tito se considera um intelectual, que colabora com compositores e funda a publicação "Gaceta Musical", onde colaboraram Hector Berlioz e Giacomo Meyerbeer.
Com a morte de Giovanni, em 1853, Tito assume a direção da Casa e abre filiais em Florença, Palermo, Roma, Paris e Viena. Ele próprio seria sucedido por seu filho Giulio e depois pelo neto Tito II, que depois de uma briga com acionistas abandona pela primeira vez o cargo a um administrador sem o sobrenome Ricordi. Em 1943, um bombardeio destrói as duas sedes em Milão da Ricordi, sem danificar os manuscritos. Terminada a Segunda Guerra, a empresa se expande para vender discos e cassetes. Em 1994, depois da compra por parte da Bertelsmann, a gigante alemã do setor, a Casa Ricordi se decompõe nas mãos de Universal, Sony BMG e Feltrinelli, mantendo independente apenas o Arquivo Ricordi.
Com informações da Ansa
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