A designação de Emma Marcegaglia, uma executiva de 42 anos do setor do aço, como presidente da poderosa Confederação Industrial da Itália, chocou os meios empresariais e políticos do país, comumente dominados pelos homens. "A mulher de aço" começou a carreira na empresa familiar que leva seu sobrenome e será escolhida presidente em março. É, portanto, a primeira mulher que chega a esses importantes cargos nos quase cem anos de existência da poderosa Confederação. "Lady Acciaio" conta o apoio de 95% dos industriais e irá substituir - em 13 de março - Luca Cordero de Montezemolo, presidente da Fiat e da Ferrari, que esteve na liderança da Confederação por quatro anos. A empresária, nascida em Mantua (norte) em 1965 e atual vice-presidente da Confindustria para o setor de energia e ambiente, é economista e é mestre pela New York University.
"Marcegaglia é excelente e é importante não só pelo fato de ser mulher, também por ser uma pessoa estimulante", comentou Sergio Marchionne, administrador delegado da Fiat. Para chegar ao cargo que até agora foi ocupado por 26 homens, Marcegaglia tem demonstrado uma personalidade forte e corajosa - de "aço" - recursos necessários para enfrentar o desafio de auxiliar a indústria italiana em um momento crucial, devido à crise que atravessa o país pela competição com mercados emergentes, como a China. Como outra mulher, a francesa Laurence Parisot, presidente da Medef - confederação de indústrias francesas -, a executiva italiana representa a inovação e uma ruptura em um setor tradicionalmente conservador. "É um sinal positivo para todo o país, vai servir de exemplo para que mais mulheres cheguem ao cargo de direção nas empresas", comentou Ivan Lo Bello, presidente da patronal siciliana.
Segundo um informe da Rede de Mulheres Profissionais Européias, as mulheres representam apenas 2% dos cargos de direção das maiores companhias italianas, em relação a 23% de países como Finlândia. A chegada de uma mulher a um cargo tão importante gera também expectativas nas relações entre empresários, governo e sindicatos. "Graças a sua personalidade, ela vai ter um papel importantíssimo para a reforma do sistema conservador italiano", comentou Pietro Ichino, professor de direito trabalhista da Universidade de Milão.
Da AFP
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