A vitória do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi nas eleições gerais e de um candidato da direita para a prefeitura de Roma causou preocupação entre imigrantes brasileiros residentes na Itália. "É provável que haja maior rigidez com relação aos imigrantes e mais expulsões que, se não são feitas com clareza, podem colocar em dúvida o respeito dos direitos humanos", disse à BBC Brasil Carlo Palanti, presidente de uma associação de brasileiros na Itália. Outro brasileiro, o ex-senador do Partido da Refundação Comunista José Luis Del Royo, prevê um aumento da repressão em geral contra os estrangeiros no país com a direita no poder. "A repressão vai aumentar, porque isso faz parte do programa político da direita", disse Del Royo em entrevista à BBC Brasil.
O novo prefeito de Roma, Gianni Alemanno, eleito na segunda-feira, disse que um de seus primeiros atos oficiais será a expulsão de cerca 20 mil estrangeiros que cometeram crimes e continuam na cidade. "Todo ano, em Roma, há 20 mil cidadãos não-italianos que cometem crimes e permanecem na cidade. Nosso objetivo é expulsar todos os que cometeram crimes”, disse Alemanno nesta terça-feira, em seu primeiro dia na sede da prefeitura da capital italiana. "Ciganos, imigrantes ou romenos, não importa, não é uma questão étnica. Estes estrangeiros, mesmo tendo sido denunciados, permanecem em nossa cidade.” Alemanno, de 50 anos, é do partido Aliança Nacional, que já foi fascista e é um dos principais aliados de Silvio Berlusconi na coalizão Povo da Liberdade, vencedora das eleições gerais da Itália no dia 13 de abril. A promessa de maior rigor contra os estrangeiros que cometem crimes ou que estão ilegalmente no país foi um fator determinante nas vitórias da direita, liderada por Silvio Berlusconi, que assume pela terceira vez o cargo de primeiro-ministro da Itália. O novo prefeito deve sua vitória nas eleições municipais de Roma principalmente à campanha que fez prometendo mais segurança e mais rigor no combate ao crime e aos estrangeiros irregulares, alinhado com a campanha nacional de Berlusconi.
O ex-senador Del Royo, cujo partido, o da Refundação Comunista, desta vez não conseguiu ter representação no Parlamento italiano, prevê um aumento da repressão em geral contra os estrangeiros no país com a direita no poder. "O novo governo não vai mudar a lei sobre a imigração, e a situação vai piorar.E vai aumentar muito a tensão social em toda a Itália nos próximos meses”, afirmou. O programa do novo governo italiano prevê a aplicação à risca da lei Bossi-Fini, que regulamenta a imigração e favorece a expulsão dos estrangeiros em situação irregular. O nome da lei, considerada rígida pela esquerda, se inspira nos dois principais aliados de Silvio Berlusconi - o pós-fascista Gianfranco Fini, da Aliança Nacional, partido do novo prefeito de Roma, e Umberto Bossi, líder da Liga Norte, movimento separatista e xenófobo. No novo governo, o ministério do Interior - incumbido de lidar com os problemas ligados à imigração - deverá ser dirigido por Roberto Maroni, da Liga Norte.
O novo prefeito de Roma, Gianni Alemanno, eleito na segunda-feira, disse que um de seus primeiros atos oficiais será a expulsão de cerca 20 mil estrangeiros que cometeram crimes e continuam na cidade. "Todo ano, em Roma, há 20 mil cidadãos não-italianos que cometem crimes e permanecem na cidade. Nosso objetivo é expulsar todos os que cometeram crimes”, disse Alemanno nesta terça-feira, em seu primeiro dia na sede da prefeitura da capital italiana. "Ciganos, imigrantes ou romenos, não importa, não é uma questão étnica. Estes estrangeiros, mesmo tendo sido denunciados, permanecem em nossa cidade.” Alemanno, de 50 anos, é do partido Aliança Nacional, que já foi fascista e é um dos principais aliados de Silvio Berlusconi na coalizão Povo da Liberdade, vencedora das eleições gerais da Itália no dia 13 de abril. A promessa de maior rigor contra os estrangeiros que cometem crimes ou que estão ilegalmente no país foi um fator determinante nas vitórias da direita, liderada por Silvio Berlusconi, que assume pela terceira vez o cargo de primeiro-ministro da Itália. O novo prefeito deve sua vitória nas eleições municipais de Roma principalmente à campanha que fez prometendo mais segurança e mais rigor no combate ao crime e aos estrangeiros irregulares, alinhado com a campanha nacional de Berlusconi.
O ex-senador Del Royo, cujo partido, o da Refundação Comunista, desta vez não conseguiu ter representação no Parlamento italiano, prevê um aumento da repressão em geral contra os estrangeiros no país com a direita no poder. "O novo governo não vai mudar a lei sobre a imigração, e a situação vai piorar.E vai aumentar muito a tensão social em toda a Itália nos próximos meses”, afirmou. O programa do novo governo italiano prevê a aplicação à risca da lei Bossi-Fini, que regulamenta a imigração e favorece a expulsão dos estrangeiros em situação irregular. O nome da lei, considerada rígida pela esquerda, se inspira nos dois principais aliados de Silvio Berlusconi - o pós-fascista Gianfranco Fini, da Aliança Nacional, partido do novo prefeito de Roma, e Umberto Bossi, líder da Liga Norte, movimento separatista e xenófobo. No novo governo, o ministério do Interior - incumbido de lidar com os problemas ligados à imigração - deverá ser dirigido por Roberto Maroni, da Liga Norte.
Além de defender maior policiamento nas ruas, Maroni também quer promover rondas de voluntários civis contra a criminalidade. As rondas, que não teriam poderes de polícia, mas apenas de prevenção, são criticadas por políticos da esquerda e até por Silvio Berlusconi, que argumentam que os voluntários civis não podem substituir o Estado. “As rondas são puro fascismo. O Estado não pode conceder o uso da força a privados”, afirmou Del Royo. As rondas populares foram lançadas pela Liga Norte em diversas cidades das regiões norte e nordeste da Itália e nos últimos meses a iniciativa tem se espalhado por cidades do centro e do sul do país.
Palanti, que é presidente da associação Comunidade Brasileira na Itália e trabalha em Roma, principalmente na área da educação e da integração social, acredita que haverá dificuldade também nesta área. "O precedente governo Berlusconi, e principalmente a Liga Norte, não tinha interesse em favorecer a integração e não reconhecia o valor da diversidade cultural. Preferia a homogeneização, isto é, o estrangeiro tem que se comportar como os italianos para ser aceito", disse Palanti. "Mas é preciso esperar os primeiros atos do novo governo e do prefeito recém eleito de Roma para verificar", afirmou.
A brasileira Selma Magna de Andrade, que tem cidadania italiana e vive em Roma há 19 anos, é mais confiante. Selma votou em Berlusconi e em Alemanno e também ajudou na campanha do novo prefeito da capital. "Forneci de 20 a 30 brasileiros, a maioria irregulares, para ajudar a colocar cartazes nas ruas e distribuir folhetos de propaganda e cartas", disse Selma à BBC Brasil. Ela trabalha há muitos anos com a comunidade de brasileiros em Roma, ajudando a arrumar emprego e resolver problemas de quem chega à capital da Itália. Selma acredita que nada vai mudar para quem não se envolve com problemas e irregularidades. "Estou com muita esperança nos dois. Quem deve temer são os estrangeiros que cometem crimes e se envolvem em irregularidades. Os brasileiros em geral estão distantes disso", disse. "Entre os latino-americanos, somos os mais queridos dos romanos. Os italianos gostam de nós, com ou sem documentação. Em 20 anos, nunca tive problemas para arranjar trabalho para brasileiros aqui.” Selma tem confiança de que o novo governo vai editar, em breve, um decreto para regularizar a situação de muitos estrangeiros que estão à espera da documentação para começar a trabalhar no país.
Assimina Vlahou
De Roma para a BBC Brasil
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