O Grande Prêmio do Festival de Cannes 2008 foi entregue pelo cineasta Roman Polanski (O Bebê de Rosemary) a Matteo Garrone pelo seu filme Gomorra. O Prêmio do Júri foi dado ao italiano Paolo Sorrentino por Il Divo, recebido pelas mãos da bela Milla Jovovich .
Cena do filme Gomorra
Matteo Garrone que, com apenas 40 anos, já conta com seis longas em sua carreira. A obra do diretor ainda estava restrita à Itália, onde recebeu diversos prêmios antes da indicação para Cannes. Por isso não é muito conhecido pelo público brasileiro. No longa, poder, dinheiro e sangue são os "valores" que os residentes das províncias de Nápoles e Caserta têm de enfrentar todos os dias. Eles raramente têm alguma chance e praticamente são obrigados a obedecer às regras do sistema-chamado Camorra. Apenas alguns poucos podem pensar em ter uma vida normal. Neste cenário são desenvolvidas cinco histórias de pessoas que vivem num mundo aparentemente imaginário, mas profundamente afogado na realidade. O diretor consegue dar um novo fôlego ao assunto máfia, que muitos achavam que já estava "saturado".
O ”divo”, em questão, é Giulio Andreotti, político que dominou os últimos 50 anos da vida política italiana, tendo sido sete vezes presidente do Conselho de Ministros e 25 vezes ministro, além de senador vitalício. Andreotti, à frente do partido da Democracia Cristã, foi o cara que se recusou a negociar com as Brigadas Vermelhas a libertação de Aldo Moro, e essa é uma cruz que ele carrega no filme de Sorrentino. Sorrentino filma bem e monta melhor ainda, mas o chamado ”realismo de cena” está colocado a serviço de algo mais ”irreal”, sempre um tom acima e que transforma Andreotti em personagem ora patético, ora bufão, mas quase sempre trágico.
Da Redação com agências de notícias
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