Uma tensa calma reina em Nápoles, no sul da Itália, após os intensos protestos e enfrentamentos entre a polícia e a população local, que se opõe à abertura de lixões e aterros sanitários na cidade para resolver a grave crise do lixo. Centenas de toneladas de dejetos lotam as ruas de Nápoles há meses. A trégua provisória foi atingida na noite deste domingo, depois de uma reunião entre o novo subsecretário de Estado do governo de Silvio Berlusconi, Guido Bertolaso, e os prefeitos de 10 municípios designados por um decreto do executivo italiano para discutir a criação dos aterros. No encontro, buscou-se uma solução para a crise que agradasse sobretudo a população, revoltada, e ficou estabelecido que o grupo voltará a se reunir em 10 dias para nova discussão.
A situação também voltou à tranqüilidade nas proximidades do aterro de Chiaiano, um bairro no noroeste de Nápoles, onde se produziram fortes conflitos na sexta-feira, deixando 12 feridos e três manifestantes presos. Nos protestos se encontravam adultos, jovens e até idosos e crianças.A polícia se retirou das imediações de Chiaiano, enquanto a população manifestante procurou permitir que, nesta terça-feira, técnicos do governo italiano entrem no aterro para verificar se está de acordo com as normas legais. "O Estado não pode ceder; o problema da imundície deve ser resolvido, não se pode retroceder nem um centímetro", disse no sábado o premier italiano, Silvio Berlusconi, que colocou a crise do lixo como uma das prioridades do governo italiano para esse começo de mandato. Durante a noite de ontem, os bombeiros de Nápoles e da província tiveram que intervir para apagar 29 incêndios de lixo na região.
Da Ansa
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