Nápoles: agora é a camorra quem faz a limpeza

As pessoas que saem de casa, fazem de conta que está tudo bem, e vivem seu dia-a-dia. E desejam. Esperam e desejam que chegue alguém de fora. Nápoles parece assim. Como após um bombardeio. Empoeirada. Neblina. Do Vesúvio, o gigante adormecido, avista-se apenas o perfil. Não se vê Capri nem Sorrento. O mar está calmo. Uma calma irreal. Uma calma de prelúdio. É assim que a cidade desperta depois de outro de seus trágicos fins de semana de sua história recente. O drama do lixo que, como um dragão que parecia derrotado, acorda, levanta, cospe fogo. Cospe imundície.

Nada de sujeira nos bairros dominados pela camorra (a máfia napolitana). Os chefões mostram quem detém o verdadeiro poder. O resto da cidade sufoca pela fedentina e pela fumaça.


Leia o texto de Fabrizio dell'Orefice, de Il Tempo