sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Nova Alitalia depende de sindicatos e parceria estrangeira


Roma, 29 ago, Ansa - Corrado Passera, gerente-geral do Banco Intesa-San Paolo, instituição responsável pelo plano "Fênix", cuja finalidade é salvar a companhia aérea italiana Alitalia da falência, admitiu hoje que "sem um acordo com os sindicatos, o plano poderia estar em risco". Passera comentou a questão um dia após o governo aprovar um decreto que modifica a lei das falências, com o intuito de "salvar" a Alitalia. "Este projeto tem muitas condições, mas sem um acordo sindical não poderá acontecer", frisou Passera. "As próximas 4 ou 5 semanas serão cruciais para compreender se será possível seguir adiante ou não." Por outro lado, o presidente da companhia aérea, Roberto Colaninno, declarou que é "indispensável" um sócio estrangeiro, fato que levou à abertura de negociações com a aliança Air France-KLM e com a Lufthansa. Colaninno, durante uma entrevista ao jornal La Repubblica, evitou expor sua preferência por uma de essas companhias. "Tenho minhas idéias, mas ao menos sobre isto estou calado", disse. Em relação às negociações, Colaninno afirmou que estar "tratando com as duas", Air France-KLM e Lufthansa, e que as conversas "caminham na mesma velocidade. Pelo menos uma das duas não é necessária, é indispensável". A Air France-KLM comunicou na quinta-feira que está disposta a ter uma participação minoritária na nova Alitalia, "se forem confirmadas as perspectivas de rentabilidade". No mesmo dia, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, declarou que qualquer aliança com uma companhia aérea estrangeira significaria que esta teria uma participação minoritária. A diretoria da Alitalia estava reunida hoje para aprovar seus resultados semestrais. É esperado que seja anunciado o pedido para passar a companhia para uma administração especial, com um comissário extraordinário indicado pelo governo, já que a empresa está à beira da falência. As perdas no primeiro semestre foram da ordem de 400 milhões de euros. Se anunciado, o pedido será a primeira ação para colocar em movimento o plano "Fênix", criado para a companhia aérea pelo banco Intesa-San Paolo, que foi chamado para assessorar a Alitalia no processo de privatização pelo governo Berlusconi. O plano "Fênix" prevê a fragmentação de Alitalia em duas partes, uma sem dividas, que unirá as atividades rentáveis da companhia aérea que seriam compradas pela Companhia Aérea Itália (CAI), criada esta semana por um grupo de 16 empresários italianos. A CAI será a nova companhia aérea, criada a partir da união dos ativos e rotas rentáveis da Alitalia e da companhia aérea privada Air One, segundo maior do país. A outra Alitalia, que ficará sob administração especial, ficará a cargo das dívidas e do resto das atividades. O governo italiano modificou ontem a lei que regula a quebra e falência das grandes empresas para abrir caminho para a criação da nova Alitalia e permitir a aplicação do plano "Fênix".

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