O prefeito de Lampedusa, Bernardino De Rubeis, interveio em um programa de rádio italiano pedindo "que o Vaticano pare de dar palpites no governo federal e abra as portas dos conventos, dos seminários atualmente desertos, das abadias, para que mulheres e crianças imigrantes sejam hospedadas pela Igreja". A ilha de Lampedusa, localizada na costa da Sicília, é a localidade na Itália que recebe o maior número de imigrantes ilegais, vindos do norte da África e onde anualmente se repetem desastres marítimos relacionados a esse fluxo migratório. O prefeito alerta para "que a Igreja de Roma não fique impassível diante do sofrimento dessa gente e não cometa outros erros, como aqueles cometidos no passado, ficando silenciosa frente a eventos históricos onde há morte".
O fenômeno das embarcações de clandestinos se agrava principalmente no verão europeu, por causa das condições mais favoráveis à navegação. "O centro de permanência temporária de Lampedusa está em colapso", acrescenta o prefeito, "e se tornou um centro permanente. Faltam normas de higiene, água potável e uma rede de esgotos. Sem esquecer a questão do lixo que aumenta os custos orçamentários da comunidade da ilha". O governo italiano declarou esta semana "estado de emergência" em todo o território nacional devido à questão da imigração clandestina, por iniciativa do ministro dos Interiores, Roberto Maroni. A medida, porém, foi duramente criticada por defensores dos direitos humanos, como as ONGs Anistia Internacional e Médicos Sem Fronteiras. "Peço uma intervenção imediata do ministro [dos Interiores, Roberto] Maroni. Queremos dele fatos, não apenas palavras. Estamos cansados desse comércio de carne humana", concluiu o prefeito.
Da Ansa
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