Objetivo é identificar dificuldade para celibato ou tendências homossexuais. Documento foi divulgado pela Congregação para a Educação Católica.
O Vaticano informou nesta quinta-feira que homens com desejo de se tornar padres devem ser submetidos a testes psicológicos a fim de se identificar, dentre eles, os heterossexuais incapazes de controlar seus impulsos sexuais e os com fortes tendências homossexuais.Em um novo documento -- o segundo em três anos a tratar das reverberações de um escândalo de abuso sexual que abalou a Igreja seis anos atrás --, o Vaticano disse que a identificação precoce de falhas psicológicos "algumas vezes patológicos" em homens antes de se tornarem padres ajudaria a evitar acontecimentos trágicos.Aqueles que tiverem uma identidade sexual "incerta, tendências homossexuais fortemente radicadas ou dificuldade para viver a castidade no celibato não poderão ser sacerdotes", diz o texto. Os reitores de seminários e outras autoridades deverão valer-se de especialistas terceirizados se não puderem realizar os testes eles próprios, afirmou o documento."A Igreja tem o dever de identificar uma vocação e as vulnerabilidades dos candidatos ao ministério paroquial", disse o texto. Trata-se do documento "Orientações para o uso das competências da psicologia na admissão e na formação dos candidatos ao sacerdócio", que foi apresentado pelo cardeal Zenon Grocholewski, prefeito regional da Congregação para a Educação Católica. "O ministério paroquial requer certas habilidades bem como virtudes morais e teológicas as quais se baseiam em um equilíbrio humano e psíquico -- um equilíbrio particularmente eficiente -- de forma a permitir ao sujeito estar predisposto adequadamente para entregar-se à vida celibatária", afirmou. Autoridades do Vaticano disseram em uma entrevista coletiva que os testes não seriam obrigatórios, mas que poderiam ser relevantes no caso de um reitor de seminário desejar ter certeza sobre um determinado candidato estar apto a ser padre.O teste, a ser realizado por um psicólogo ou um psicoterapeuta, pretende identificar "imaturidade grave" ou desequilíbrios na personalidade do candidato."Tais áreas de imaturidade costumam incluir uma forte dependência afetiva; falta perceptível de liberdade nas relações; rigidez excessiva de caráter; falta de lealdade; identidade sexual indeterminada; tendências homossexuais profundamente arraigadas etc. Se for esse o caso, o processo de formação terá de ser interrompido", afirmou o documento.
Globo on line com Reuters e EFE
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