terça-feira, 23 de dezembro de 2008

5.3% das famílias italianas já ficaram sem dinheiro para comida, aponta pesquisa

Uma pesquisa do Instituto Nacional de Estatística da Itália (Istat) sobre distribuição de renda e condições de vida revelou que 5,3% das famílias do país declararam ter passado por "momentos em que seus recursos eram insuficientes para comprar comida". Como o levantamento foi elaborado com informações obtidas entre 2006 e o fim de 2007, as conclusões são anteriores ao aprofundamento da atual crise econômica. Em outro dado alarmante, 25,4% das famílias alegaram que chegam ao fim do mês com dificuldades para quitar suas despesas. O Istat indicou que a situação é mais grave no sul do país, historicamente mais empobrecido que o norte. Na ilha da Sicília, o número de famílias que já tiveram problemas para comprar comida chegou a 10,1%. Diante disso, foi constatado que as desigualdades territoriais continuam vivas na Itália, que em anos anteriores já havia registrado a pior distribuição de renda entre os 15 países europeus incluídos em uma pesquisa do Instituto Estatístico da União Européia, o Eurostat. Em 2006, a renda média dos habitantes do sul e das ilhas foi equivalente a três quartos do rendimento das famílias do norte. A pesquisa mostrou que a distribuição de renda é pior também no sul, sob uma perspectiva localizada. Todos os indicadores revelados pelo Istat no estudo, realizado anualmente com uma amostra de 28 mil famílias, demonstram uma piora das condições de vida dos italianos em 2007. Segundo especialistas, mesmo antes da crise econômica, as famílias começaram a viver "uma fase particularmente crítica". Quando questionadas se teriam condições de fazer um gasto imprevisto de 700 euros, 32,9% das famílias estudadas declararam que não. Walter Veltroni, chefe do principal partido de oposição do país, o Partido Democrata (PD), qualificou os dados do Istat como "dramáticos". "A luta contra as desigualdades é o centro da identidade do PD, a razão de nossa existência, e seria útil que o governo, em vez de falar de outras coisas, iniciasse uma batalha contra as desigualdades", afirmou.

Ansa

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