quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Battisti - algumas considerações de hoje

O ex-prefeito de Roma e líder do Partido Democrata (PD), principal força de oposição da Itália, Walter Veltroni, voltou a pedir nesta quarta-feira que o premier italiano, Silvio Berlusconi, interceda no caso de Cesare Battisti para que sejam respeitados a justiça e o povo italiano. Veltroni pediu novamente que Berlusconi telefone para Lula, "para fazer serem respeitados a justiça e o povo italiano". Ontem, Veltroni já havia pedido que Berlusconi intercedesse no caso, intensificado na segunda-feira, após a recomendação feita pelo procurador brasileiro Antonio Fernando de Souza ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo arquivamento do processo de extradição.


Também hoje o presidente da Corte Constitucional da Itália, Giovanni Maria Flick, se pronunciou sobre o caso, declarando sua indignação com o argumento do Brasil para conceder refúgio político a Cesare Battisti.
O vice-presidente da bancada governista do Povo da Liberdade (PDL) na Câmara dos Deputados da Itália, Italo Bocchino, por sua parte, declarou seu apoio à decisão do Ministério das Relações Exteriores do país, de chamar para consultas o embaixador no Brasil, Michele Valensise.
A associação italiana Antigone, que luta pelos direitos e garantias no sistema penal, declarou apoiar a decisão do governo brasileiro de conceder refúgio político ao ex-militante Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970. Segundo o presidente da instituição, Patrizio Gonella, a Itália ficou famosa no exterior por uma legislação de emergência imposta durante os anos de chumbo [de 1968 ao início da década de1980]. "As penas durante os anos de chumbo eram desproporcionais", afirmou. "Além disso, existe na Itália um regime de cárcere-duro para os mafiosos e terroristas (art. 41, bis), que o juiz federal [norte-americano] D.D Sitgraves considera ultrapassar os limites da tortura", explicou o presidente da Antigone. Gonella também comentou a proposta de alguns políticos italianos de anular o amistoso entre as seleções da Itália e do Brasil, programado para 10 de fevereiro, em repúdio a decisão brasileira, voltando a defender o Brasil. "Agora o Brasil é quem deveria se recusar de jogar com a Itália", pois o país está "aprovando atualmente um projeto de lei racista sobre segurança [o DDL 733], que institui, por exemplo, que um cidadão brasileiro sem permissão de residência na Itália não poderá mais ir a um hospital sem ser denunciado", declarou.
Redação do AI com informações das Agências de Notícias

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