quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Chanceler italiano volta a condenar atitude do Brasil no caso Battisti

Roma, 28 jan, Ansa - O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, disse nesta quarta-feira que "o Brasil é amigo da Itália", mas voltou a ratificar que suas atitudes referentes ao caso de Cesare Battisti não são "aceitáveis". "O Brasil é um país amigo da Itália e continuará sendo, mas a sua atitude neste caso não é aceitável. Iremos até o fim para defender os interesses do governo italiano", disse o chanceler a um programa de rádio local, reafirmando sua contrariedade à decisão brasileira de considerar Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália, como um refugiado político. Frattini explicou também que para tomar a decisão de chamar para consultas o embaixador da Itália no Brasil, Michele Valensise, anunciada ontem, pensou "nos parentes das vítimas de Cesare Battisti". "Agora tomamos uma firme atitude e esperamos que o Brasil entenda nossas razões", declarou o ministro, ressaltando, como outras autoridades do país já fizeram, que o governo italiano tomará todas as medidas necessárias para que o italiano seja extraditado. Desde o anúncio do ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro, de conceder status de refugiado a Battisti, no último dia 13, a Itália tem protestado contra a decisão. O ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) foi condenado pela justiça italiana à prisão perpétua por quatro assassinatos cometidos na década de 1970. Ele foi preso em 2007 no Rio de Janeiro e, atualmente, está detido em Brasília. Sobre o amistoso entre as seleções da Itália e do Brasil, programado para ocorrer no próximo dia 10 em Londres, o chanceler considerou que este é um "caso a parte". "Esporte é esporte, vou torcer pela Itália e espero que ela vença. Nos divertiremos vendo um bom futebol", disse o chanceler ratificando a confirmação do jogo, feita pelo governo italiano. A anulação do amistoso foi proposta ontem pelo subsecretário italiano das Relações Exteriores, Alfredo Mantica. No sábado passado, o dirigente regional do partido italiano Aliança Nacional (AN) Carlo Fidanza havia pedido um boicote à partida, em protesto contra o Brasil. Em nota, o governo do premier Silvio Berlusconi afirmou que "o amistoso será disputado normalmente. O jogo nunca foi colocado em discussão pelo governo, em nem poderia sê-lo. Os casos políticos ou diplomáticos, apesar de relevantes, não devem comprometer a realização de manifestações esportivas".

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