Na Antigüidade, muitas festas pagãs comemoravam as divindades celebradas por diversos povos, como os romanos, por exemplo, que cultuavam o Deus-Sol Invencível em festejos que depois foram adotados pelos egípcios. A festa romana e a egípcia eram realizadas em datas diferentes, mas com intervalo de poucos dias, e no ano 138 foram regulamentadas pelo papa São Telésforo, a quem é atribuída, juntamente com São Hilário, a celebração da Missa do Galo e da oração “Gloria in excelso Deo” . Mais tarde, em 378, o papa Júlio I considerou que como não havia data fixa para comemorar o nascimento de Jesus Cristo, o dia 25 de dezembro seria dedicado a essa recordação, ficando o 6 de janeiro como Dia de Reis.
A partir daí as festas da Natividade pouco a pouco foram sendo acrescidas de elementos diversos, como as figuras de Gaspar, Melchior e Baltasar, os três reis magos que, segundo a lenda, foram do Oriente à Judéia para adorar Jesus Cristo, e que por volta do ano 1600 passaram a fazer parte das comemorações. Eles levavam consigo ouro, incenso e mirra, que representam a dimensão do Messias: o ouro, simbolizando sua realeza; o incenso, a divindade; e a mirra, a humanidade, porque o óleo de mirra era então usado para embalsamar os mortos. Uma tradição revela que mais tarde São Tomé batizou os três reis magos, e partir daí eles pregaram o Evangelho em seus países.
A festa foi trazida ao Brasil pelos portugueses, que a comemoravam em sua terra mais como divertimento. Entre nós ela adquiriu o espírito religioso que conserva até hoje, sendo desenvolvida com características próprias e transformando-se em manifestação folclórica de rara beleza. Seu início acontece no dia 24 de dezembro, véspera de Natal, prosseguindo até o dia 2 de fevereiro, período em que grupos festivos de pessoas saem cantando ao som de violão, sanfona, cavaquinho, pandeiro, reco-reco, pistão, chocalho, triângulo, tantãs e outros instrumentos, exaltando o Deus Menino e percorrendo as ruas da zona urbana, indo de porta em porta em busca de oferendas que podem variar de um prato de comida a uma xícara de café. É a chamada “banda de folia de reis”, ou “música de folia de reis”. Quando ela passa por sítios e fazendas da zona rural, tem o nome de “caixa de folia de reis”. O chefe do grupo é denominado “alferes de folia de reis”, e eles seguem seu caminho representando pequenas peças teatrais e cantando à porta das casas, cujos moradores lhes oferecem comida, bebida e esmolas que serão utilizadas no dia de Reis, considerado o dia da gratidão.
Os personagens que compõem a folia somam doze pessoas, todas trajando roupas bastante coloridas, sendo elas o mestre e contra-mestre, donos de conhecimentos sobre a manifestação e líderes dos foliões; além do palhaço, dos foliões e dos três reis magos. O palhaço, usando vestimentas coloridas, deve proteger o Menino Jesus confundindo os soldados de Herodes, sendo o seu jeito alegre e descontraído motivo para distração e divertimento dos assistentes; os foliões, geralmente homens simples e de origem rural, são os participantes da festa, dando exemplo grandioso através de sua cantoria de fé; Por sua vez, os três reis magos fazem uma viagem de esperança, certos de que ela os levará ao encontro de sua estrela. Ao som dos instrumentos musicais os foliões efetuam longas caminhadas levando a "bandeira", um estandarte de madeira ornado com motivos religiosos, à qual tributam especial respeito. Vão liderados pelo mestre e contra-mestre, figuras de relevância dentro da Folia por conhecerem os preciosos versos, preservados de geração em geração por tradição oral. Alguns exemplos deles são os seguintes:
- A esmola que vóis dá / Nois viemo arrecebê / O glorioso santo Reis / É quem vai agradecê.
- Santo Reis pede esmola / Não é ouro nem dinhêro / Ele pede um agitoru (adjutório) / Um alimento pros festero.
- Ó de casa, ó de casa / Alegra esse moradô / Que o glorioso santo Reis / Na sua porta chegô.
- Aqui está o santo Reis / Meia-noite foras dora / Procurou vossa morada / Pedino a sua ismola.
- Sôr dono da casa / Vem abri as portaria / Recebê santo Reis / Com sua nobre folia.
- Sôr dono da casa / Alegra o seu coração / Arreceba santo Reis / Com todos os seus folião.
- Concluímo este canto / Fazeno o siná da cruz / Pade, Fio, Esprito Santo / Para sempre, amém Jesus.
- Santos Reis vai despedindo / Deixando muita saudade. / Vai deixando muita benção / Pro povo desta cidade.
Os foliões cumprem promessa de por sete anos consecutivos saírem com a Folia, arrecadando em suas andanças donativos para realizarem anualmente, no dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião, festa com cantorias e ladainhas. Bastante conhecida, a folia de Reis é realizada no interior de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás, existindo diferenças no modo de cantar e dançar dos grupos que a representam.
A partir daí as festas da Natividade pouco a pouco foram sendo acrescidas de elementos diversos, como as figuras de Gaspar, Melchior e Baltasar, os três reis magos que, segundo a lenda, foram do Oriente à Judéia para adorar Jesus Cristo, e que por volta do ano 1600 passaram a fazer parte das comemorações. Eles levavam consigo ouro, incenso e mirra, que representam a dimensão do Messias: o ouro, simbolizando sua realeza; o incenso, a divindade; e a mirra, a humanidade, porque o óleo de mirra era então usado para embalsamar os mortos. Uma tradição revela que mais tarde São Tomé batizou os três reis magos, e partir daí eles pregaram o Evangelho em seus países.
A festa foi trazida ao Brasil pelos portugueses, que a comemoravam em sua terra mais como divertimento. Entre nós ela adquiriu o espírito religioso que conserva até hoje, sendo desenvolvida com características próprias e transformando-se em manifestação folclórica de rara beleza. Seu início acontece no dia 24 de dezembro, véspera de Natal, prosseguindo até o dia 2 de fevereiro, período em que grupos festivos de pessoas saem cantando ao som de violão, sanfona, cavaquinho, pandeiro, reco-reco, pistão, chocalho, triângulo, tantãs e outros instrumentos, exaltando o Deus Menino e percorrendo as ruas da zona urbana, indo de porta em porta em busca de oferendas que podem variar de um prato de comida a uma xícara de café. É a chamada “banda de folia de reis”, ou “música de folia de reis”. Quando ela passa por sítios e fazendas da zona rural, tem o nome de “caixa de folia de reis”. O chefe do grupo é denominado “alferes de folia de reis”, e eles seguem seu caminho representando pequenas peças teatrais e cantando à porta das casas, cujos moradores lhes oferecem comida, bebida e esmolas que serão utilizadas no dia de Reis, considerado o dia da gratidão.
Os personagens que compõem a folia somam doze pessoas, todas trajando roupas bastante coloridas, sendo elas o mestre e contra-mestre, donos de conhecimentos sobre a manifestação e líderes dos foliões; além do palhaço, dos foliões e dos três reis magos. O palhaço, usando vestimentas coloridas, deve proteger o Menino Jesus confundindo os soldados de Herodes, sendo o seu jeito alegre e descontraído motivo para distração e divertimento dos assistentes; os foliões, geralmente homens simples e de origem rural, são os participantes da festa, dando exemplo grandioso através de sua cantoria de fé; Por sua vez, os três reis magos fazem uma viagem de esperança, certos de que ela os levará ao encontro de sua estrela. Ao som dos instrumentos musicais os foliões efetuam longas caminhadas levando a "bandeira", um estandarte de madeira ornado com motivos religiosos, à qual tributam especial respeito. Vão liderados pelo mestre e contra-mestre, figuras de relevância dentro da Folia por conhecerem os preciosos versos, preservados de geração em geração por tradição oral. Alguns exemplos deles são os seguintes:
- A esmola que vóis dá / Nois viemo arrecebê / O glorioso santo Reis / É quem vai agradecê.
- Santo Reis pede esmola / Não é ouro nem dinhêro / Ele pede um agitoru (adjutório) / Um alimento pros festero.
- Ó de casa, ó de casa / Alegra esse moradô / Que o glorioso santo Reis / Na sua porta chegô.
- Aqui está o santo Reis / Meia-noite foras dora / Procurou vossa morada / Pedino a sua ismola.
- Sôr dono da casa / Vem abri as portaria / Recebê santo Reis / Com sua nobre folia.
- Sôr dono da casa / Alegra o seu coração / Arreceba santo Reis / Com todos os seus folião.
- Concluímo este canto / Fazeno o siná da cruz / Pade, Fio, Esprito Santo / Para sempre, amém Jesus.
- Santos Reis vai despedindo / Deixando muita saudade. / Vai deixando muita benção / Pro povo desta cidade.
Os foliões cumprem promessa de por sete anos consecutivos saírem com a Folia, arrecadando em suas andanças donativos para realizarem anualmente, no dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião, festa com cantorias e ladainhas. Bastante conhecida, a folia de Reis é realizada no interior de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás, existindo diferenças no modo de cantar e dançar dos grupos que a representam.
Recanto das Letras
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