O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, revelou ontem, que o país, agora presidente de turno do G8, está estudando para os próximos meses a realização de uma cúpula dedicada a temas energéticos, e deu a entender que o encontro contará com a presença dos emergentes. Em entrevista a uma emissora de rádio italiana, o chanceler explicou que se trata de uma iniciativa inédita, pois terá a participação de um "G8 alargado". Segundo ele, durante o evento será discutida "a necessidade de diálogo entre produtores e consumidores, que é a base para a estabilidade global dos preços da energia". Frattini explicou que toda a estrutura diplomática da Itália já foi mobilizada para a organização da cúpula, que será presidida pelo ministro para o Desenvolvimento Econômico do país, Claudio Scajola. O chanceler também descartou que o corte no fornecimento de gás à Ucrânia anunciado pela Rússia possa comprometer a oferta de energia na Itália. Segundo o ministro, o país tem acesso a fontes diversificadas de gás. "Nós certamente recebemos o fornecimento da Rússia que passa pela Ucrânia, mas temos importantes fornecedores na Argélia, na Líbia e, em breve, no Cazaquistão", explicou. Frattini ressaltou, além disso, que a Itália possui reservas estratégicas que permitem superar os momentos mais críticos. "Não existe o perigo de ficarmos no frio neste inverno", declarou. Devido a discordâncias quanto ao preço a ser pago pelo gás em 2009 e a supostas dívidas acumuladas, a Gazprom, gigante estatal russa responsável pelo fornecimento do combustível à Ucrânia, decidiu interromper o abastecimento. Cerca de 80% de todo o gás russo que chega à Europa passa pela Ucrânia.
Da Ansa
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