Nova York, 1 Jan 2009 (AFP) - Vários milhões de pessoas saíram às ruas na madrugada de quarta para esta quinta-feira, para virar a página de um ano negro, com uma festa que terminou com um incêndio sangrento na Tailândia, além dos ataques aéreos a Gaza e da crise econômica mundial. Quase 60 pessoas morreram, entre elas um cidadão de Cingapura, e 223 foram feridas no incêndio de origem ainda indeterminada numa discoteca em Bagcoc.
Em Nova York, capital mundial das finanças, centenas de milhares de pessoas se reuniram sob um frio polar no Times Square para enterrar 2008, ano em que o mundo viu tremer os pilares de Wall Street e que entrará para a história como o início da pior crise financeira desde o krach de 1929. A descida da tradicional bola de cristal marcou a passagem do ano à meia-noite precisa (03H00 de Brasília), na presença do prefeito de Nova York Michael Bloomberg, do ex-presidente Bill Clinton e sua esposa Hillary, com a multidão fazendo a contagem regressiva para 2009.
No Brasil, ao som de pagode, bossa nova e samba, quase dois milhões de cariocas e turistas ignoraram a chuva na festa da famosa praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Na celebração tradicional de fim de ano no Vaticano, a crise econômica foi o centro da mensagem do Papa Bento XVI. Ele pediu "mais sobriedade e solidariedade diante de uma crise que atinge o mundo inteiro".
Em suas mensagem de fim de ano, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e o presidente russo, Dmitri Medvedev, convocaram seus concidadãos a se prepararem para um ano 2009 difícil.
Em Londres, cerca de 400.000 pessoas disseram adeus a um ano que freou a prosperidade da capital financeira européia, observando do London Eye, sob temperaturas glaciais, a roda gigante pendurada sobre o Tâmisa.
Ao fecharem na quarta-feira para as festas, os mercados financeiros encerraram um ano desastroso: queda de 42,7% em Paris em relação ao fim de 2007, queda de 42,1% em Tóquio, perda de 31,3% em Londres, baixa de 40,4% em Frankfurt, recuo de 33,84% em Wall Street, seu pior ano desde à Grande Depressão.
Em Paris, cerca de 550.000 pessoas, segundo a polícia, se reuniram na famosa avenida Champs-Elysées, numa festa tranqüila.
Na Espanha, a praça central de Madri da Porta do Sol foi invadida por milhares de pessoas para as doze badaladas da meia-noite, como reza a tradição.
Em Berlim, até um milhão de pessoas se encontraram no portão de Brandebourg, para comemorar o Ano Novo. 2009 será também para a Alemanha o ano da comemoração do 20º aniversário da queda do muro e o 60º aniversário da criação da República Federal.
Ambiente romântico em Veneza, onde 30.000 casais de todas as idades festejaram a chegada do ano novo com um beijo coletivo na Praça São Marco. Fato inusitado, nevava na cidade.
Em Roma, quase 200.000 pessoas, segundo organizadores, se reuniram perto do Coliseu para um gigantesco show da cantora Gianna Nannini.
A festa foi manchada nas Filipinas por um ataque com granada no meio da multidão, que deixou 22 feridos na ilha de Mindanao (sul) devido às violências dos separatistas.
As festividades do Ano Novo foram anuladas em diversos países árabes em solidariedade aos palestinos de Gaza, que vêm sendo bombardeados há seis dias por israelenses: o número de mortes chegou a 400 nesta quinta-feira.
Shows, noites de gala e jantares previstos para a entrada em 2009 foram cancelados no Egito, em Dubai, na Jordânia, em Barein, no Marrocos e na Síria.
Sydney foi a primeira metrópole a entrar no Ano Novo, com uma imensa chuva de fogos de artifício, num calor estival, para uma multidão de 1,5 milhão de pessoas, um número recorde.
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