quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ministros apoiam retorno de embaixador italiano no Brasil



Michele Valensise


Milão 22, Ansa - Ministros italianos começaram a aderir à proposta apresentada na quarta-feira pelo ministro da Defesa, Ignazio La Russa, de convocar o embaixador italiano no Brasil, Michele Valensise, para consultas, após a decisão brasileira de conceder refúgio político ao ex-militante italiano Cesare Battisti. O governo precisa "fazer mais para obter a extradição de Battisti", disse o ministro para Assuntos Europeus da Itália, Andrea Ronchi, enfatizando que a decisão brasileira é um insulto para os italianos e, principalmente, para as vítimas. "Não podemos aceitar este tipo de ação que, creio eu, é uma provocação", declarou. Ronchi também ratificou que a Itália estudará "todas as ações possíveis no âmbito legal para que este criminoso possa retornar ao país e cumprir sua pena". A ministra da Juventude, Giorgia Meloni, também apoiou a proposta de La Russa e ressaltou que "ninguém deve se iludir, muito menos Battisti, e nem aqueles iguais a ele, que foram para o exterior para fugir do débito com a Justiça, porque o governo italiano obterá as extradições". Na quarta-feira La Russa enviou ao ministro das Relações Exteriores, Franco Frattini, a proposta de convocar o embaixador italiano para consultas. O chanceler está "avaliando a conveniência" de tomar esta atitude. Battisti, de 54 anos, foi condenado à prisão perpétua na Itália acusado de quatro assassinatos cometidos na década de 1970 quando militava no Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), grupo ligado às Brigadas Vermelhas. No último dia 13, o ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro, concedeu a ele o status de refugiado político. Genro afirmou que a decisão foi baseada na "existência fundada de um temor de perseguição" contra italiano. O episódio tem gerado certa tensão entre as duas nações e levou a Itália a emitir um pedido oficial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que a decisão seja revista. O presidente italiano, Giorgio Napolitano, também emitiu em uma carta sua condenação à decisão do ministro brasileiro.

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