Roma, 27 jan, Ansa - O subsecretário italiano das Relações Exteriores, Alfredo Mantica, afirmou que "é preciso levar em consideração a hipótese de anular o amistoso" entre Itália e Brasil, em virtude da tensão entre os dois países causada pela decisão brasileira de conceder refúgio político a Cesare Battisti. "Acredito que precisamos levar seriamente em consideração a hipótese de anular o amistoso da Itália com a seleção brasileira. Com a situação atual entre Brasil e Itália, corre-se o risco de transformar um espetáculo esportivo em uma discussão política", disse Mantica. A partida está programada para ocorrer no dia 10 de fevereiro, em Londres, e Dunga, técnico da seleção brasileira, já anunciou a escalação do time. A possibilidade de anulação da partida já havia sido considerada anteriormente no último sábado pelo dirigente regional do partido italiano Aliança Nacional (AN) Carlo Fidanza, que pediu o boicote ao jogo à Federação Italiana de Futebol (FIGC), enquanto participava de uma manifestação realizada em Milão em repúdio a decisão do governo brasileiro. Para Mantica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "continua colocando em discussão a democracia e o sistema jurídico italiano". "Acreditamos que Battisti é um terrorista comum que não necessita do status de refugiado", disse o subsecretário, apoiando também a decisão do chanceler italiano, Franco Frattini, de chamar o embaixador do país no Brasil, Michele Valensise, para consultas. A decisão de conceder refúgio político a Cesare Battisti, condenado a prisão perpétua na Itália por quatro homicídios e solicitado por esse país, foi tomada pelo ministro da Justiça Brasileiro, Tarso Genro, no último dia 13. Ontem, o procurador Antonio Fernando de Souza, recomendou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do pedido de extradição.
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