O governo britânico deverá endurecer as regras para os trabalhadores imigrantes de fora da União Européia, declarou a ministra do Interior Jacqui Smith à BBC. A partir de abril, os imigrantes de fora da União Européia que queiram imigrar para a Grã-Bretanha sem uma oferta de emprego terão de ter um mestrado - e não apenas curso universitário, como nas regras atuais - e um salário anterior equivalente a 20 mil libras por ano (cerca de R$ 70 mil). "Estou, na verdade, aumentando o nível de exigência", disse a ministra.
Pelas regras atuais, a permissão de entrada na Grã-Bretanha de trabalhadores qualificados de fora da União Européia pelo programa "Highly Skilled Worker" é baseada em um sistema de pontuação que leva em conta os rendimentos anteriores, possível experiência anterior no país, idade, nível de conhecimento da língua inglesa e fundos para iniciar a vida na Grã-Bretanha.Portanto, se o candidato, por exemplo, tiver um salário anterior inferior a 20 mil libras ele ainda poderia compensar a falta de pontos nesta categoria com mais pontos em categorias como ensino e nível de conhecimento da língua ou vice-versa.
O Ministério do Interior decidiu endurecer as exigências em uma resposta à atual crise econômica e às crescentes queixas de trabalhadores britânicos de que imigrantes estariam tirando os empregos da população local. Segundo a ministra, o governo tem de garantir que sua política em relação aos trabalhadores estrangeiros responda às circunstâncias atuais e afirmou que imigrantes qualificados não deveriam ocupar cargos que não tenham sido anunciados para trabalhadores britânicos."Estou propondo, por exemplo, que não seja possível alguém chegar ao país e obter um emprego que exige qualificação, a menos que a vaga já tenha sido anunciada para candidatos britânicos e não tenha sido preenchida", disse Smith. A ministra também ordenou que seja investigado o impacto da chegada das famílias de trabalhadores imigrantes à Grã-Bretanha.
No ano passado, o número de trabalhadores estrangeiros na Grã-Bretanha chegou a 3,8 milhões.O Ministério do Interior estima que, com as medidas, 12 mil imigrantes a menos entrariam na Grã-Bretanha a cada ano. A ministra ainda propõe novos programas para qualificar trabalhadores britânicos nas áreas em que falta mão-de-obra.
O uso de trabalhadores estrangeiros voltou a causar polêmica na Grã-Bretanha depois que uma semana de disputa em uma refinaria francesa no leste da Inglaterra, operada pela Total, fez com que a empresa concordasse em empregar mais moradores locais.A ministra disse ainda que o Comitê de Aconselhamento sobre Migração deve estudar também a questão das famílias que acompanham os trabalhadores não-europeus.
Com informações da BBC
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