segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Itália tem os menores salários da Europa

Em média, os italianos ganham menos do que os demais cidadãos da União Européia e a maioria das famílias do país admite ter problemas para chegar até o fim do mês com os recursos disponíveis. No entanto, o número de milionários na Itália continua crescendo, segundo informe anual do instituto de estatísticas Eurispes, apresentado no dia 30. A dinâmica salarial, segundo o relatório, "está paralisada: de um lado o emprego aumentou, mas apesar de um aumento de quase 3 milhões de unidades na década 1997-2007, não se registrou uma tendência equivalente na evolução das rendas". "Ao contrário, o crescimento salarial se deteve", prossegue o documento. É por isso que, como indicam as estatísticas analisadas por Eurispes, 66,1% dos italianos admitem não conseguir chegar até o fim do mês com os recursos disponíveis em sua família; 53,4% admitem enfrentar problemas de orçamento; e só 33,4% afirmam que conseguem economizar pelo menos parte das entradas. Apesar desta marcante contração da renda, o número de famílias italianas com um capital superior ao milhão de euros (que em 2006 eram 359 mil), deve dobrar até fins de 2010, chegando a 712 mil, o que equivaleria a um aumento de 98%.

Diferenças
No marco desta crise da renda das famílias italianas, um aspecto importante é a diferença significativa entre os salários dos homens e os das mulheres. Segundo Eurispes, tal diferença representa cerca de € 4 mil anuais (€ 28 mil para os homens e € 24 mil para as mulheres), o que equivale a 16% das remunerações e constitui uam forte penalização para o trabalho feminino. Ao analisar a média dos salários de homens e mulheres, o documento de Eurispes anota uma série de diferenças significativas: nas retribuições aos empregados de escritório a distância entre os salários masculinos e femininos é de 3,9%, pouco superior à que se registra entre os empresários (3,3%), mas é muito mais acentuada nas atividades comerciais (13,4%), nas profissões técnicas (17,7%) e nas intelectuais (18,8%). Além da diferença salarial, outro fator negativo que segue gravando sobre a mão de obra feminina é a maternidade, que segundo Eurispes continua sendo "o motivo principal de abandono do trabalho pelas mulheres e o fator que leva à inatividade ou ao 'setor informal' feminino, além de ser causa de discriminação no emprego".

Isso justifica as respostas dadas ao questionário que se realizou no primeiro semestre do ano passado, quando 65,7% das mulheres italianas entrevistadas afirmaram que o trabalho e a carreira as obrigam a adiar uma maternidade desejada, ou até a renunciar a ela.

Ansa

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