Condolências e convites à reflexão sobre a questão da eutanásia e do auxílio à morte marcaram as mensagens de pesar dos principais expoentes da política italiana pelo falecimento de Eluana Englaro.
"É uma tragédia que deixa sem palavras. Acredito que após esta morte toda a política italiana deve refletir com serenidade, silêncio e atenção, pois aqui se apagou uma vida humana", disse o prefeito de Roma, Gianni Alemanno. "Continuo a pensar que esta morte devia e podia ter sido evitada, porque não há lógica de doença terminal que possa significar o fim de uma vida humana", continuou.
O presidente do país, Giorgio Napolitano, disse que "frente o desfecho de um longo e trágico acontecimento, o silêncio que um natural respeito humano exige de todos pode deixar espaço apenas a um sentimento de profundo compartilhamento da dor dos familiares e dos que estiveram próximos da pobre Eluana". Na semana passada, Napolitano vetou um decreto-lei proposto pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi que anularia a decisão judicial que permitiu a interrupção da alimentação e da hidratação artificial de Eluana.
Já o líder da oposição Walter Veltroni disse que "não se pode deixar de sentir toda a pena pela morte de Eluana, pelo fim de seu longuíssimo calvário". "O nosso primeiro pensamento vai para ela e à sua família, que há 17 anos compartilha amor e dor. Agora acredito que a reflexão e o silêncio sejam as únicas reações humanas frente ao que ocorreu, deixando de lado especulações e gritos", ressaltou.
Eluana Englaro, de 38 anos, morreu ontem por volta das 20h (17h em Brasília) na clínica La Quiete, na cidade de Udine, norte da Itália. A paciente, que passou a viver em estado vegetativo após ter sofrido um acidente de carro em 1992, faleceu depois que o sistema de alimentação e hidratação que nutria seu organismo foi totalmente interrompido, no sábado.
Ansa
Nenhum comentário:
Postar um comentário