quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Prefeito de Roma aprova decreto contra eutanásia em Eluana

O prefeito de Roma, Gianni Alemanno, ratificou nesta quinta-feira seu apoio à aprovação do decreto, que é analisado pelo governo italiano, para proibir a suspensão da alimentação e hidratação de Eluana Englaro, que está em estado vegetativo há 17 anos. "Compartilho o desejo para a aprovação de um decreto que finalize o que está acontecendo com Eluana Englaro", apelou Alemanno, explicando que este caso não é "particular ou familiar, é uma situação que envolve a comunidade nacional e as leis do Estado". Na quarta-feira, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, declarou que o governo está avaliando como intervir no caso. Fontes do Executivo do país disseram que havia a possibilidade de emitir um decreto de urgência que proibisse a suspensão da alimentação artificial de Eluana. Beppino Englaro, pai da italiana, obteve o direito de interromper a alimentação e a hidratação da filha graças a uma decisão definitiva da Corte de Cassação em novembro passado. Vista como um ato de eutanásia ativa, que é proibida pela Constituição da Itália, a decisão foi criticada pelo Vaticano e pelo governo. "Eu acredito que a vida humana não pode ser um fato particular", disse Alemanno para a rede de televisão TeleRoma 56. "Creio que devemos defender a vida de todos, sou absolutamente contra a decisão de suspender a alimentação de Eluana. Devemos defender a vida humana em todas as suas formas", afirmou. Eluana está internada na clínica La Quiete, localizada em Udine, nordeste da Itália, desde terça-feira e deve iniciar hoje a redução progressiva da alimentação e da hidratação.
O arcebispo Giuseppe Casale pediu nesta quinta-feira o fim dos protestos contra a família da italiana Eluana Englaro, comparando o caso da jovem com os últimos dias de vida do papa João Paulo II, afirmando que o Pontífice pediu a interrupção dos tratamentos que não faziam mais efeitos. "A alimentação e a hidratação são assimiladas a tratamentos médicos, e se um tratamento não trará mais benefícios, pode ser legitimamente interrompido. No final (da vida, ndr.), João Paulo II também pediu para não insistirem com intervenções terapêuticas inúteis", disse o religioso ao jornal La Stampa, contrariando a posição do Vaticano em relação ao caso. João Paulo II, que sofreu por muitos anos do mal de Parkinson, morreu em 2 de abril de 2005. Nos últimos meses de vida foi hospitalizado várias vezes e submetido a uma traqueotomia. A hipótese de eutanásia de Karol Wojtyla também se tornou um tema polêmico após o lançamento de um livro, em 2007. A obra afirmava que o Pontífice havia praticado "suicídio assistido", o que é proibido pela Igreja Católica.
Com informações da Ansa

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