segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Sobrinha de Allende pede que Podlech seja julgado na Itália

Alfonso Podlech


Uma sobrinha do ex-presidente chileno Salvador Allende, María Inés Bussi, detida neste domingo em Roma por realizar um protesto durante a celebração do Angelus, na praça São Pedro, pediu que o ex-procurador militar Alfonso Podlech, preso na Itália, seja julgado no país. Detido em Roma desde agosto do ano passado sob a acusação de ter participado do desaparecimento do sacerdote ítalo-chileno, Omar Venturelli, assassinado pela ditadura, Podlech "era o representante de Pinochet em Temuco, zona onde desapareceram centenas de indigentes e gente pouco conhecida", acrescentou a sobrinha de Allende. Bussi, que foi levada para a delegacia neste domingo acusada de realizar uma manifestação não-autorizada, pediu que a magistratura italiana julgue o caso de Podlech. Também estava presente no protesto em Roma a viúva de Venturelli, Fresia Cea Villalobos, que estava na praça "para pedir Justiça à Itália", explicou Bussi. Nos próximos dias será realizada uma nova audiência sobre o caso do ex-procurador, extraditado para a Itália da Espanha, onde foi preso no aeroporto de Madri. Nos últimos meses, a Justiça italiana recusou os pedidos de liberdade condicional apresentados pelo réu. Bussi e um grupo de ativistas chilenos assistiram à celebração do Ângelus, neste domingo, exibindo mensagens que denunciavam os horrores cometidos pela ditadura de Pinochet e criticavam a Justiça chilena pela incapacidade de julgar os responsáveis. A viúva de Venturelli desmentiu a alegação de que estivessem carregando cartazes e faixas. "Tínhamos apenas a bandeira do Chile e mensagens coladas ao peito para que o Santo Padre pudesse ver nossa preocupação e nosso sofrimento", contou. "Tínhamos escrito frases como 'Chile igual impunidade' e 'Obrigado Itália', mas depois de dois minutos se aproximou de mim um homem sem uniforme que arrancou o cartaz do meu peito", acrescentou. Fresia Cea revelou que um dos seus colegas tentou conversar com o policial, que se irritou com o grupo. Agentes da Inspeção de Segurança Pública do Vaticano levaram os sete chilenos para uma delegacia nas proximidades, onde foram identificados.

Com informações da Ansa

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