As palavras usadas por Gianfranco Fini, líder da Aliança Nacional (AN) e presidente da Câmara dos Deputados italiana, para falar do projeto de lei sobre o testamento biológico - atualmente em discussão, desencadearam um debate dentro da maioria governista, enquanto que foram apreciadas pelos dirigentes da oposição. Ao falar aos delegados do congresso de fundação do Povo da Liberdade (PDL), Fini perguntou-lhes: "Temos certeza, amigos do PDL, de que o projeto de lei aprovado no Senado se inspira efetivamente na laicidade? Porque uma lei que impõe um preceito, é mais um Estado ético do que um Estado laico". O líder da AN (o partido de direita que junto com o Força Itália de Berlusconi se fundiu no PDL) admitiu que a sua é uma posição minoritária, mas convidou seus companheiros de partido a discutirem a questão. "Estou ciente de que este tema é polêmico, sei que já fui e voltarei a ser minoria, mas não temos que nos acostumar a isso: a laicidade das instituições não é a negação do magistério moral da Igreja e nem a negação da contribuição essencial do catolicismo à identidade italiana e europeia", destacou Fini, acrescentando que "a laicidade é a separação das duas esferas, a da Igreja e a do Estado". O Senado italiano aprovou um projeto de lei apresentado pela maioria governista sobre as Disposições Antecipadas de Tratamento (DAT), o chamado testamento biológico, que não contempla a alimentação e hidratação artificiais entre os tratamentos médicos que podem ser negados; e também não obriga o médico responsável a respeitar a vontade do paciente inconsciente. O projeto desencadeou as críticas da oposição italiana, que acusou o governo de ter esvaziado o próprio conceito do testamento biológico, que agora será debatido pela Câmara dos Deputados, presidida por Fini.
Ansa
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