domingo, 22 de março de 2009

Papa Bento XVI pede que católicos de Angola combatam bruxaria

Luanda, EFE - Em seu segundo dia de visita a Angola, o Papa Bento XVI celebrou uma missa para milhares de pessoas e pediu aos católicos que ajudem a conveter ao cristianismo os que acreditam em bruxaria, e ofereceu o evangelho às pessoas desorientadas, que vivem em um terror e que chegam a acusar crianças de rua de serem bruxas.

O Papa Bento XVI realizou na tarde de sábado um encontro com uma multidão de jovens fiéis no Estádio Municipal dos Coqueiros, em Luanda, capital do país, durante o qual ressaltou que as novas gerações são "a semente lançada por Deus" para reconstruir o país, segundo relato da agência de notícias Ansa. Mas nem tudo foi alegria na visita do papa. Pelo menos um homem e uma mulher morreram e oito pessoas ficaram feridas ao serem esmagados na abertura dos portões do estádio. Segundo a agência de notícias Lusa, os jovens chegaram ao Hospital Josina Machel mortos.

Diante do Pontífice, nas primeiras fileiras no estádio, encontravam-se órfãos e mutilados, vítimas da guerra civil que devastou Angola durante 27 anos e que terminou somente em 2002 com um acordo de paz. O conflito de quase três décadas deixou um rastro de meio milhão de mortos, três milhões de desabrigados e 70 mil mutilados, dos quais 10 mil crianças. Atualmente, 60% da população do país têm menos de 15 anos. "Não é difícil imaginar as nuvens cinzas que ainda cobrem o céu de seus melhores sonhos. Amigos, o futuro é Deus. Digo a vocês, coragem! Tomem decisões definitivas, pois na verdade estas são as únicas que não destroem a liberdade, mas sim criam a justa direção, permitindo seguir em frente e alcançar algo grande na vida", disse o Pontífice.

Na manhã de ontem, o Pontífice rezou uma missa com os bispos, sacerdotes e religiosos de Angola na Igreja de São Paulo de Luanda. A missa celebra ainda os 500 anos de catequismo de Luanda. No domingo, ele celebrará a cerimônia do Angelus. Seu retorno à Itália está marcado para a segunda-feira. Na sexta-feira, o pontífice pediu aos governos africanos que libertem o continente do "flagelo da avidez, da violência e da desordem" e que "detenham, de uma vez por todas, a corrupção".

Ao discursar em Luanda, capital de Angola, diante do presidente do país, José Eduardo dos Santos, o Papa instou os políticos africanos a guiarem as populações "por um caminho marcado pelos princípios indispensáveis a toda moderna democracia". O Papa Bento XVI chegou em Angola, segunda etapa de sua viagem à África, iniciada na terça-feira. Nos últimos dias, ele esteve em Camarões, onde se reuniu com religiosos católicos e muçulmanos e foi recebido pelo presidente do país, Paul Biya.

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