Oito imigrantes foram denunciados no final de semana em Milão, depois que entrou em vigor uma nova lei que criminaliza a permanência irregular de estrangeiros na Itália. Entre estas pessoas há um brasileiro, cuja identidade não foi divulgada, além de marroquinos, chineses e um egípcio. Todos estão sob custódia policial e podem ser imediatamente expulsos do país ou levados a centros de identificação, onde deverão permanecer por até seis meses e posteriormente serem igualmente repatriados. A Lei de Segurança italiana, aprovada no dia 2 de julho pelo Parlamento e publicada no Diário Oficial nesse sábado, trata como crime a imigração ilegal. No próprio sábado, dois marroquinos foram detidos no município de Pescara, na região de Abruzzo, centro do país. Antes de ser promulgada, a medida foi criticada pela oposição, pelo presidente italiano, Giorgio Napolitano, por entidades protetoras dos direitos humanos e pelo Vaticano. De acordo com a legislação, o imigrante clandestino não poderá ser preso, mas terá de pagar multas de até 10 mil euros e será expulso do país. Funcionários públicos têm a obrigação de fazerem denúncias e italianos não podem alugar imóveis a pessoas sem documentos. Além disso, o estrangeiro poderá ficar por até seis meses em centros de identificação e expulsão -- o período anterior era de até dois meses. São previstas ainda penas de até três anos de reclusão para italianos que aluguem imóveis aos clandestinos. A lei também dificulta os trâmites para obter a nacionalidade italiana por meio do matrimônio. Ontem, somente em Verona, norte da Itália, de oito casamentos entre um cidadão italiano e um estrangeiro que estavam marcados, apenas a metade foi realizada. Um dos pontos mais polêmicos da lei, porém, é a criação de rondas civis de patrulhamento, integradas por pessoas maiores de 18 anos que não sejam filiadas a partidos políticos. As rondas são voluntárias e seus integrantes não podem ter antecedentes criminais nem consumir álcool ou drogas. Os grupos não andarão armados.
Ansa
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