quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Italianos lamentam morte de Ted Kennedy


O governo italiano e políticos do país recordaram a figura do norte-americano Edward M. Kennedy, senador democrata de 77 anos, que faleceu , vítima de um câncer de cérebro.

"Morreu um grande protagonista da vida pública norte-americana, um combativo e coerente intérprete do papel do Congresso dos Estados Unidos, dotado daquela dialética democrática a daquelas garantias de liberdade que dão força e prestígio ao país. Neste sentido, a figura de Ted Kennedy deixa uma marca profunda e digna de homenagem de todo o mundo livre", disse o presidente italiano, Giorgio Napolitano.

Nascido em 22 de fevereiro de 1932, Ted Kennedy era o último filho vivo de Rose Fitzgerald Kennedy e de Joseph P. Kennedy e o mais novo dos três irmãos que ocuparam papel central na política dos Estados Unidos. John F. Kennedy foi eleito presidente em 1960 e assassinado em 1963. Robert Kennedy também foi morto quando era candidato à Casa Branca, em 1968.

Para o secretário do Partido Democrata italiano, Dario Franceschini, o senador era "um protagonista da política mundial, um dos inspiradores do progressismo, um democrata estimado e amado em todo lugar, uma parte da nossa memória".

"Ted, o último dos 'garotos Kennedy', sabia, com personalidade e originalidade, dar continuidade àquela extraordinária experiência que havia marcado a história norte-americana nos anos 60", expressou Franceschini.

"A cidade de Florença, comovida, chora a perda do senador Kennedy, que em um momento de grande dificuldade veio a Florença para ajudar, dar conforto e solidariedade", disse o prefeito Matteo Renzi, em referência a uma visita do democrata após a enchente no rio Arno, em 1966, que inundou a Biblioteca Nacional, destruindo centenas de obras de arte e livros raros.

"Naquela ocasião, Kennedy nos ajudou a ter consciência de quanto o mundo queria bem a Florença e, por isso, a cidade toda o recorda, hoje, como amigo de Florença e de seus cidadãos", relatou o prefeito.

Desde 2008, quando foi diagnosticado com um tumor maligno no cérebro, Kennedy passava por tratamentos. Em junho do último ano, ele sofreu uma intervenção cirúrgica, contudo, não deixou a vida política. No mesmo ano, Ted fez a abertura da Convenção Democrata de Denver, quando Barack Obama foi anunciado candidato do partido e também participou da cerimônia de posse do mandatário, que assumiu o governo dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro deste ano.

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, enviou ontem ao presidente do Senado dos Estados Unidos e vice de Barack Obama, Joseph Biden, uma mensagem de pêsames pela morte do senador Edward M. Kennedy. "Senhor Presidente, lhe manifesto em nome do governo italiano o pesar pela morte do senador Edward Kennedy, o qual sempre acompanhamos e apreciamos", escreveu o primeiro-ministro. Para Berlusconi, o senador norte-americano foi "um modelo para os homens políticos que se reconhecem nos valores da democracia e da liberdade". "Peço que estenda estes sentimentos à família do senador", solicitou Berlusconi na mesma mensagem.

Com informações da Ansa

Um comentário:

Dylan disse...

Com a morte do senador Edward Kennedy, fechou-se mais um capitulo da dinastia política desta família, marcada pela tragédia e os escândalos, mas mais importante, modelo do idealismo e da concepção do sonho americano.

Todos os irmãos foram expoentes do liberalismo norte-americano, partilharam o mesmo legado: a democracia, inclusive morreram em nome dela. A ambição política progressista era correspondida com triunfos retumbantes, dados pelas minorias sem voz, pelos imigrantes e injustiçados, no fundo, a possibilidade de todos acreditarem novamente na América, pelas mãos de três grandes estadistas.

http://dylans.blogs.sapo.pt/