O antropólogo e professor da Universidade Federal Fluminense, Paulo Hilu Pinto, está levantando dados e histórias para a elaboração de um livro que vai abordar os árabes no estado fluminense.
Agência de Notícias Brasil Árabe
29/07/2009 - 07:00
Marina Sarruf - marina.sarruf@anba.com.br
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29/07/2009 - 07:00
Marina Sarruf - marina.sarruf@anba.com.br
O Rio de Janeiro vai ganhar um livro no final do ano sobre a imigração árabe no estado fluminense. O antropólogo e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Paulo Hilu Pinto, já está levantando dados, arquivos, imagens e histórias para a elaboração do livro, que fará parte de uma série de publicações do Instituto Light, da companhia de energia do estado. “A idéia (do livro) é mostrar o que é ser árabe no Rio de Janeiro”, afirmou o professor.O anúncio foi feito ontem (28 de julho) na cidade carioca durante o debate “Árabes no Brasil”, realizado pela Revista de História da Biblioteca Nacional (RHBN), que reuniu um público de 65 pessoas, sendo a maioria estudantes. De acordo com Hilu, não existem publicações sobre imigração árabe no Rio de Janeiro, por isso o interesse em escrever um livro sobre o assunto. “Achei duas teses de mestrado aqui e só”, disse. Segundo o professor, o Rio de Janeiro tem a segunda maior comunidade árabe do Brasil. “Nos anos 20, 20% da população da cidade era formada por imigrantes árabes”, disse ele, que lembrou que nessa época a cidade era um pólo econômico. Apesar da história, Hilu pretende abordar no livro aspectos atuais, como onde estão atualmente os árabes no Rio de Janeiro, o que fazem e quem são eles. “Existem mil formas de ser árabe”, disse o antropólogo.No debate, que também teve a participação do professor de História da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Maurício Parada, Hilu falou do início da imigração árabe no Brasil. Segundo ele, um dos principais motivos para a imigração síria e libanesa foi a crise da indústria da seda em 1870, que levou muitos camponeses a deixar o país em busca de trabalho. A partir de 1880 começou uma forte imigração em massa para o país. Muitos imigrantes foram para os Estados Unidos, mas conforme a política de imigração foi ficando mais rígida, os árabes passaram a buscar outros países “mais fáceis de entrar”, entre eles o Brasil.Hilu falou ainda dos motivos do porque os árabes eram chamados de turcos no Brasil. “Eles entravam com passaporte do Império Turco Otamano”, disse o professor. Quando chegavam aqui, os árabes começavam a mascatear, ou seja, vender mercadorias de porta em porta. “Depois, eles passaram a dominar o comércio têxtil”, disse. Uma outra característica da imigração árabe no Brasil, segundo Hilu, foi que ela se deu por todo território nacional, por isso hoje existem grandes comunidades árabes em diversos estados.No final do debate, o público carioca também quis saber um pouco mais sobre as religiões dos árabes, dos imigrantes palestinos, e da nova imigração. O secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, que estava na platéia, disse ainda da influência árabe no vocabulário português, na arquitetura e na culinária. “O árabe tem verdadeira simpatia pelo Brasil”, disse Alaby.
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