Estela Carlotto, presidente da Associação Avós da Praça de Maio, se disse hoje "agradecida" à Itália pela "ajuda moral" e "o apoio" dado à busca aos desaparecidos, principalmente crianças - que hoje são jovens, roubados às suas famílias durante a ditadura militar argentina (1976-83). "Estamos muito gratas pela ajuda moral e o apoio que a Itália nos deu em todos estes anos na busca às centenas de crianças e adultos desaparecidos nos anos da ditadura argentina", disse Carlotto em Roma, onde ontem (30 de setembro) começou o julgamento na ausência contra o ex-almirante argentino Emilio Eduardo Massera, pelo assassinato de três cidadãos italianos. Carlotto falou hoje (1º) à Comissão de Direitos Humanos do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados italiana. A presidente das Avós da Praça de Maio lembrou que "há 32 anos nossa missão é encontrar filhos e netos sequestrados ilegitimamente pela ditadura". "Torturadas, assassinadas ou lançadas ainda vivas de aviões, muitas mulheres durante o seu cativeiro deram à luz crianças que foram entregues pelos militares às chamadas 'boas famílias'", relatou Carlotto. "Muitas dessas crianças foram criadas pelos assassinos de seus próprios pais", acrescentou, em alusão aos repressores que adotaram ilegalmente criaturas roubadas de seus mães. Até hoje a Associação das Avós da Praça de Maio conseguiu devolver a identidade a 97 jovens, mas "ainda faltam 400", disse Carlotto, cuja filha foi seqüestrada e assassinada depois de ter dado à luz a um menino, Guido, até hoje desaparecido.Ansa
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