Roma, 10 out (EFE).- O ex-primeiro-ministro da Itália Massimo D'Alema afirmou que, em um país "normal", o atual chefe de Governo, Silvio Berlusconi, já teria renunciado "ou teria sido obrigado a renunciar por seu partido".
D'Alema, membro do opositor Partido Democrata (PD), fez a afirmação ao jornal "Il Reformista". Na edição de hoje da publicação, o ex-premiê diz ainda que Berlusconi "não está sendo perseguido" por delitos políticos ou porque é um político, mas por ter cometido "crimes comuns". "Normalmente, em um país democrático, um líder político nessas condições é substituído ou seu partido pede a ele que dê um passo atrás. Neste caso, no entanto, as coisas são diferentes porque ele é dono do próprio partido, o Povo da Liberdade (PdL)", disse D'Alema.
Para o político da oposição, Berlusconi não sabe governar e, se a Defesa Civil não tivesse um titular, o atual chefe do Executivo "seria um bom 'capo' desse organismo".
Sobre o que aguarda Berlusconi depois que o Tribunal Constitucional anulou a lei que lhe garantia imunidade, D'Alema declarou que o premiê tentará evitar os julgamentos aos quais terá que se submeter "com truques normais", embora a Itália vá ter que pagar "um preço muito alto" por isso.
O ex-chefe de Governo destacou que não cabe a seu grupo, o PD, pedir a renúncia Berlusconi. "É a maioria (parlamentar) que teria que fazer isso", disse, ressaltando que o país vive um momento delicado e é preciso evitar arrastá-lo para um confronto dramático.
D'Alema foi primeiro-ministro de 27 de outubro de 1998 a 19 de abril de 2000.
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