A Itália possui cerca de 4,5 milhões de imigrantes regularizados, segundo o 19º relatório sobre o tema produzido pela fundação Caritas-Migrantes. O documento destaca que esse número representa 7,2% dos residentes no país, uma vez que há um estrangeiro para cada 14 habitantes. De acordo com a fundação, em 2008 a quantidade de imigrantes na Itália cresceu 13,4% (com o ingresso de 458 mil pessoas), o que fez com que o país superasse a média europeia de 6,2% de estrangeiros. O coordenador do estudo, Franco Pittau, comentou que, em 2050, a Itália deverá ter aproximadamente 12 milhões de imigrantes e que a presença deles será "necessária para o funcionamento do país". "O Istat (Instituto Nacional de Estatísticas da Itália, ndr.) crê em um aumento de 250 mil imigrantes ao ano, mas esse valor é inferior ao que efetivamente está acontecendo. Nos últimos anos, o crescimento de imigrantes ficou em torno de 300-400 mil ao ano. É evidente que os imigrantes em 2050 poderão ser mais de 12 milhões estimados pelo Istat", ratificou Pittau. O relatório analisou também dados sobre as condições de vida e de trabalho dos estrangeiros no país, explicando que mais da metade dos regularizados atualmente já foram irregulares. O estudo apontou que os imigrantes contribuem, no total, com 7 bilhões de euros ao INPS, mas que poucos usufruem da previdência italiana: entre os italiano, há um aposentado a cada cinco residentes no país, enquanto entre os imigrantes a proporção chega a um a cada 25. Os trabalhadores estrangeiros atingem a marca de dois milhões na Itália -- o que equivale a um décimo do total --e produzem cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Em relação aos estudos, aproximadamente seis mil imigrantes se formam anualmente na Itália, sendo que entre os anos 2008 e 2009 o número de alunos provenientes de outros países aumentou 7%, ou seja, quase 629 mil novos estudantes. De acordo com o relatório, 53,6% das pessoas que ingressam na Itália são de nações europeias, seguido por africanas (22,4%), asiáticas (15,8%) e americanas (8,1%). Desses 53,6%, cerca de 800 mil são romenos, 440 mil são albaneses, 400 mil são marroquinos, 170 mil são chineses e 150 mil ucranianos. A Itália, no entanto, adotou em maio deste ano uma medida para diminuir o número de imigrantes ilegais, já que, segundo o Ministério do Interior, o desembarque de clandestinos durante o ano passado foi quase 75% maior do que o registrado em 2007. A medida prevê a repatriação de pessoas em alto mar. Em agosto, também entrou em vigor a nova Lei de Segurança, que, entre outras medidas, criminaliza a imigração clandestina e permite a detenção, aplicação de multas e expulsão de cidadãos sem documentações.
Da Ansa
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