quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Um Festival dedicado às línguas neolatinas


Eleita a capital da neolatinidade, a cidade do Recife sedia mais uma edição do Festival Internacional de Culturas, Línguas e Literaturas Neolatinas (Festlatino) que será realizado a partir desta terça-feira (24) até sexta-feira (27). No encontro, estarão presentes escritores, professores, artistas e representantes culturais de países europeus e da América Latina, como Espanha, Portugal, França, Itália, Venezuela, Cuba e Argentina para discutir o tema Desafios da Neolatinidade: o diálogo cultural e as línguas neolatinas na Europa, África e América Latina. O evento é gratuito e aberto ao público.

“Esse festival atua no sentido de ampliar os vínculos entre os países europeus de línguas neolatinas, os países ibéricos, a América Latina os Estados membros do Mercosul e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP. A partir desse encontro, pretendemos estimular ações continuadas entre as nações”, afirma o fundador e organizador do Festlatino, Humberto França. Também é proposta do evento ampliar a difusão literária, lingüística e cultural neolatina; impulsionar intercâmbios de estudantes e professores para a aprendizagem e o ensino de idiomas originários do latim; divulgar as línguas e as literaturas neolatinas através de um diálogo plurilíngüe entre os países participantes; e promover a difusão de métodos avançados de ensino das línguas.

A programação está dividida em dois momentos. No período da tarde (14h às 17h) serão realizadas mesas redondas e palestras na Aliança Francesa, no Derby. E à noite, o evento acontece no auditório da Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire), na Boa Vista, a partir das 19h, com outras palestras e apresentações culturais, como o show do maestro italiano Gerardo Iacoucci, regente da Orquestra da Rádio e Televisão Italiana (RAI). O músico se apresenta no dia 27/11, no encerramento do festival, com a gravação do DVD O Grande Encontro, com músicas de Jazz e Bossa Nova feitas a partir do livro de poesias A Noite de um Dia, do pernambucano Humberto França.

Os debates e mesas-redondas vão abordar, principalmente, os desafios das línguas neolatinas, com temas como: O latim numa perspectiva histórica; A situação da língua galega na atualidade; O Francês como Língua de Tecnologia; e A influência das línguas neo-latinas na língua inglesa. “As línguas originárias do latim têm uma importância muito grande para a civilização ocidental. Para se ter uma ideia, hoje em dia, mais de 50 milhões de pessoas nos Estados Unidos falam a língua espanhola, o que já indica uma propensão de se tornar um país bilíngüe”, afirma Humberto França. No campo literário, o Festlatino abre espaço para debates sobre poesias escritas nos países com língua neolatina; lançamentos de livros; e a participação de grandes escritores como Nélida Piñon, personalidade homenageada desta edição; e Laurentino Gomes.

MOSTRA – Dentro da programação do Festlatino terá também uma mostra de filmes franco-africanos, com exibição de quatro clássicos restaurados pela Cinémathèqueafrique, entidade que incentiva a produção e a difusão cinematográfica na África e faz parte do Cultures France, órgão de promoção e cooperação cultural francês. São filmes de cineastas de Senegal, Mali e França que serão exibidos pela primeira vez no Recife. “A ideia de agregar o cinema clássico africano ao Festlatino veio porque, além de ser um continente que abriga muitos países de línguas neolatinas, os filmes ainda são pouco conhecidos pelo público recifense”, afirma a pesquisadora responsável pela mostra, Raquel do Monte, que coordena o cineclube da Aliança Francesa. Os filmes serão exibidos no Auditório da Aliança Francesa, no Derby, de 25 a 27 deste mês.

Redação revista eletrônica Oriundi

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