sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Concessão da cidadania italiana é anômala e anormal, afirma responsável do Governo pelos italianos no exterior


Subsecretário Alfredo Mantica diz que, em termos de concessão de cidadania, está na hora da Itália perceber que integra o sistema europeu.

Em relação a outros países europeus, a lei italiana que rege a concessão de cidadania é completamente anômala e anormal. A afirmação foi feita pelo subsecretário do Ministério do Exterior, Alfredo Mantica, responsável pelos assuntos dos italianos do exterior, durante intervenção no Senado, por ocasião da discussão em torno da matéria sobre a restruturação consular, na tarde desta quarta- feira (09).


Conforme destacou Mantica, a Itália é o único país do mundo que possui uma lei tão aberta para a concessão de cidadania. “Foi feita no passado, com orgulho, porque era a recuperação desta comunidade nacional, de muitos cidadãos italianos que haviam perdido a cidadania ao longo do tempo”, disse. E arrematou:

-Mas os tempos mudaram e também já transcorreu bastante tempo para percebemos que somos parte de um sistema europeu no qual a nossa regra de lei de cidadania é absolutamente anômola e anormal.

Sobre o voto dos italianos no exterior para as instituições europeias, o subsecretário assinalou que é preciso estudar a questão para definir se serão mantidas as atuais formas. Em outras palavras, se vai se continuar a votar vindo à Itália, como cidadãos italianos, para os partidos e para os expoentes políticos italianos; ou no local de residência, como cidadãos italianos residentes no exterior,, mas também como cidadãos europeus para as listas e candidatos que se apresentam no país ao parlamento europeu, ou no modelo que defino como seção eleitoral condominial, ou seja, levando sempre uma urna ao exterior para que se possa votar para os cidadãos e partidos italianos.

Sobre a questão dos consulados, Mantica procurou deixar claro que a questão não é apenas financeira, e também que debater o assunto somente em torno do fechamento dos consulados é muito simplista.

Mantica observou que é óbvio que, quando se fecha um consulado, há uma economia. Porém, destacou, o Governo já precisou que tudo será reinvestido. O sistema de consulados à distância, a inovação tecnológica não são gratuitas, implicam em custos, é resultado de estudos e projetos. Quando se fecha uma sede e se investe em tecnologia, economiza-se de um lado e se investe de outro, obviamente esperando um melhor resultado em termos de eficiência e de nível de serviço.

Alguém, poderia dizer – acentuou Mantica – que o que estamos fazendo é errado, porque o conceito de casa é imutável ao longo do tempo. Mas não se pode aceitar que, em uma fase de grande transformação, os serviços continuem iguais ao tempo da primeira imigração, da primeira geração.

Para obter assistência, conforto, apoio, aconselhamento, existem outras estruturas, frisou o subsecretário. O consulado tem outros papéis e outras funções que estão em primeiro lugar, quais sejam de representar o sistema Itália. “Quando digo que um consulado não é um município, quero dizer que precisamos recuperar as funções de caráter diplomático, de promoção cultural e econômica, de promoção da imagem da Itália no mundo”.

Redação revista eletrônica Oriundi
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