terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Comunidade judaica e Vaticano confirmam visita do papa a sinagoga


A comunidade israelense de Roma confirmou, em uma nota divulgada ontem pela sala de imprensa do Vaticano, a visita do papa Bento XVI à sinagoga da capital italiana, marcada para a tarde do próximo dia 17.


"O encontro ocorrerá em ocasião do [21°] Dia Para o Aprofundamento e o Desenvolvimento do Diálogo Entre Católicos e Judeus, que neste ano coincide com a festa hebraica romana do Mo'èd di Piombo", explica o comunicado.

O Mo'èd di Piombo é uma festa que relembra um acontecimento de 1793, quando o povo da cidade tentou incendiar as casas do gueto judeu acusando-os de protegerem os franceses que chegavam à Itália com ideias revolucionárias.

Inesperadamente, uma forte chuva caiu sobre Roma extinguindo o fogo, dispersando os atacantes e salvando os hebreus, que passaram a encarar o caso como um milagre. A ocasião representa a vontade de sobreviver às perseguições e ao antissemitismo.

A confirmação da visita de Bento XVI é divulgada semanas após a polêmica despertada pela assinatura do Decreto das Virtudes de Pio XII. Ocorrida no dia 19 de dezembro, esta é uma das últimas etapas para a beatificação do papa, que exerceu seu pontificado entre 1939 e 1958.

A iniciativa foi criticada pela comunidade judaica, que acusa Pio XII de ter sido omisso perante a morte de milhões de judeus no episódio que ficou conhecido como Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A Santa Sé contemporizou a polêmica afirmando que a assinatura do Decreto das Virtudes era uma avaliação positiva da maneira como o papa havia manifestado "fé, esperança e caridade em grau superior ao que se espera normalmente dos fiéis" e que o exame não se aprofundava no "alcance histórico de suas decisões".

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