Roma, EFE - O turco Mehmet Ali Agca, o homem que tentou assassinar o Papa João Paulo II em 1981 informou que Emanuela Orlandi, filha de um funcionário do Vaticano, que havia desaparecido há 26 anos, está "viva e bem". De acordo com a edição desta terça-feira (2) do jornal italiano "La Republicca", Agca teria feito esta afirmação ao irmão da vítima, Pietro Orlandi, com quem, ainda segundo o jornal, se encontrou no último dia 30 em Istambul, Turquia.
Agca, ex-membro do grupo terrorista Turco "Lobos Cinzentos" saiu da prisão no dia 18 de janeiro deste ano, após cumprir pena pelo assassinato de um jornalista turco. ."Sua irmã está viva e bem. Está na Europa, embora não possa te dizer com exatidão em qual país. Quando eu te entregar certos documentos, eles te ajudarão e a organização que a tem em seu poder terá que liberá-la", teria dito Agca a Pietro Orlandi, segundo o texto do jornal. O ex-detento turco ressaltou que Emanuela não sofreu maus-tratos "e se encontra em boas condições físicas e mentais". Também assegurou que ela foi seqüestrada unicamente para pressionar sua libertação, e que "jamais seria assassinada". Em dado momento, chegou a cogitar que seu paradeiro poderia ser uma luxuosa cidade da França ou da Suíça.
O turco pediu que a italiana seja liberada antes da visita do Papa Bento XVI no próximo dia 13 de maio ao santuário de Fátima. Nessa data, há exatos 29 anos, ele disparou contra João Paulo II durante uma aparição pública do pontífice no meio da Praça de São Pedro, em Roma.
Orlandi tinha 15 anos na época de seu desaparecimento em 22 de junho de 1983, quando se dirigia à escola de música de Sant'Apollinare, em Roma. Desde então, nada se soube de seu paradeiro.
Mehmet Ali Agca é visto dentro de um carro no dia 18 de janeiro deste ano, logo após sua libertação. (Foto: AP)
No ano passado, uma ex-mulher de um grupo mafioso romano confessou ter sido encarregada de participar do sequestro da jovem e conduzí-la ao local combinado. Ela afirmou não ter ideia do atual paradeiro da vítima.
Na época, o desaparecimento de Orlandi sacudiu a opinião pública italiana, agravado pelo fato de ela ser filha de um funcionário do Vaticano e porque o suposto sequestro foi atribuído ao grupo "Frente de Libertação Turca", que exigiu a liberação de Agca. Durante anos a polícia italiana tentou, sem sucesso, relacionar o sequestro à tentativa de assassinato do Papa.
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