Roma, Ansa - Adeus às cartas, o carteiro poderá não ter mais que bater às portas nem uma única vez. Com o 'boom' da internet, das redes sociais e em geral do correio eletrônico, a correspondência tradicional teve um colapso real (-20% só no último ano), pondo em risco o emprego de 10.600 carteiros. O alerta é da CISL-Poste, que tambémse preocupa com a intenção dos Correios Italianos de confiar parte dos serviços financeiros oferecidos atualmente pelas agências postais a bancas de revistas e tabacarias.
O CEO dos Correios confirmou à ANSA que a carta tradicional vem caindo "em todo o mundo", mas garantiu que "nenhum posto de trabalho está ameaçado" e que os responsáveis pela entrega das cartas serão recolocados em outras atividades do Grupo.
Há uma negociação em curso entre a empresa e os sindicatos, para reformular o setor da logística e da entrega em vista da abertura do mercado no início de 2011. A empresa - explicou o número um da UIL-Poste, Ciro Amicone - sugeriu que os carteiros trabalhem cinco dias por semana, em vez dos seis atuais, o que deveria reduzir as exigências de pessoal.
Para melhorar a prestação do serviço, uma opção poderia ser a de flexibilizar o horário de entrega ao longo do dia (e não só de manhã, como é hoje), o que aumentaria a carga horária trabalhada em mais de uma hora diária.
"As necessidades das famílias mudaram e nós devemos nos atualizar, estendendo o período de entrega. (...) Seja como for, nós defendemos que não é possível crescer se houver demissões", explicou Amicone.
Os Correios Italianos empregam 140 mil pessoas, 73 mil das quais no setor da correspondência, entre triagem e entrega. A reestruturação deve centrar-se neste setor, com uma redução de pessoal que, em parte, seriam realocados para outras áreas da empresa.
"É verdade que a correspondência vem diminuindo há vários anos em todo o mundo, mas isso não acarretará problemas frente à redução dos postos de trabalho. Graças à diversificação implementada nos últimos anos e ao grande leque de negócios nos quais operamos, a empresa tem capacidade para reaproveitar os empregados em outras atividades do Grupo", garante Massimo Sarmi, CEO de Correios Italianos.
A CISL- Poste também mostra sua preocupação diante da redução de funcionários junto aos guichês das agências postais e da intenção dos Correios de terceirizar algumas operações, como o pagamento de boletos e a recarga do Postepay, o cartão de crédito pré-pago recarregável.
"Há muitos protestos em vários lugares pelas longas filas nas agências postais que em cidades como Roma, Nápoles, Palermo e Catania, provocam cerca de uma hora de espera para simples operações de atendimento".
Desde o começo deste ano - destaca - cerca de 1.500 funcionários de balcão se aposentaram e não foram substituídos. Os serviços financeiros - afirma - "são o pulmão dos Correios Italianos e garantem com resultados brilhantes a sobrevivência financeira da empresa. É difícil acreditar que em vez de apoiar e fortalecer as agências se tenda a enfraquecê-las, confiando a terceiros alguns serviços postais".
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