O Dia Mundial da Água, comemorado neste dia 22, mais do que festivo, remete os italianos a pensar com profundidade sobre o tema. E isso não apenas em função da consciência internacional a respeito da limitação dos recursos naturais, mas efetivamente em razão da situação do país nesse quesito básico para a vida.
Afinal, para começar, embora ainda esteja distante do quadro de penúria enfrentado por países africanos, mas sem dispor das reservas brasileiras (12% do total existente no mundo), a Itália apresenta um quadro no mínimo preocupante.
As maiores instituições científicas italianas discutem com o mundo político-legislativo a escassez do bem em nível nacional e internacional com o propósito de planificar intervenções visando a salvaguarda do recurso. E não é para menos: a necessidade mínima para uma pessoa viver, estabelecida pelos organismos internacional, é de 50 litros por dia. Na Itália, como destaca o Maurizio Gubbiotti, responsável pelo Departamento Internacional da Legambiente, o consumo chega a 250.
A título de comparação, um africano da região do Sub-saara consome menos de 20. Não que em países como o Brasil a realidade seja muito diferente em termos de desperdício. No entanto, outros dados servem de alerta para a situação italiana.
Uma pesquisa realizada sobre a situação da água na Itália no início da década, conduzida pelo economista Riccardo Petrella, e patrocinada pelo Comitato italiano per il contratto mondiale dell'acqua, descreveu, em 70 paginas de dados, um país caracterizado pelo desperdício. Em oito pontos, o estudo – a mesma constatação a que chegou o Osservatorio Salute - apontou situações preocupantes como o fato de que um terço dos italianos ainda não contarem com um acesso regular e suficiente de água potável.
No entanto, a Itália apareceu no trabalho como um dos países da União Européia com o maior consumo de água per capita (78 metros cúbicos/ano por habitante). Em outro aspecto, a Itália também é líder na comunidade: têm os lugares onde a água é a mais cara da Europa. Nápoles é a campeã, com 1,33 euros por metro cúbico, segundo divulgou no início deste ano a Associação dos Contribuintes Italianos. Outras cidades onde a água tem preço elevado: Palermo (1,27 euros), Bari (1,23) e Roma, (1,19).
De outra parte, o estudo do economista também indicou que a degradação do patrimônio hídrico. Cerca de 30% dos habitantes que viviam em capitais não contavam com sistema de depuração/saneamento. Em média, cerca de 30% da água se perdia no transporte e na distribuição, além de um elevado desperdício no âmbito doméstico.
Um total de 40% dos italianos não bebiam água da torneira, ao mesmo tempo em que eram os primeiros consumidores de água mineral do mundo.
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