Da EFE - Com 41 milhões de pessoas convocadas a votar, as eleições regionais, provinciais e municipais começaram neste domingo (28) na Itália com contornos de um plebiscito sobre a gestão política do primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
Do pleito, que termina amanhã às 15h (10h, Brasília), sairão novos governadores e prefeitos de 13 regiões, quatro províncias e 462 municípios. Os resultados são encarados como um importante parâmetro para as eleições gerais de 2013.
A ensolarada jornada eleitoral transcorre com normalidade e, embora se espere uma presença maior dos italianos nas horas finais de votação hoje e amanhã, teme-se que a abstenção seja superior aos 33% registrados nas eleições europeias de junho de 2009.
A baixa participação se atribui à indefinição de programas na campanha eleitoral e aos escândalos em que Berlusconi se viu envolvido.
Ao meio-dia (7h) a afluência às urnas era de 10,3%, três pontos abaixo da registrada nas eleições regionais de 2005.
Pouco antes disso, Berlusconi votou em Milão. "Espero que o ódio não prevaleça sobre o amor, estou convencido de que o positivo é a melhor atitude do espírito e que tudo tem que ir nessa direção", afirmou.
A legenda do primeiro-ministro, o Povo da Liberdade (PDL), e a principal de oposição, o Partido Democrata (PD), de Pierluigi Bersani, medem forças para a renovação do Governo de 13 regiões. Onze delas estão sob administração do PD, de centro-esquerda, desde 2005.
Apenas Lombardia e Vêneto são redutos da centro-direita, governadas pelo PDL e seu aliado Liga Norte, respectivamente. A Liga é apontada pelas pesquisas como uma das favoritas nas regiões do norte da Itália e pode ficar com Piemonte.
Segundo analistas políticos, um resultado negativo do PDL daria à federalista Liga do Norte maior influência sobre a coalizão que forma o atual governo.
Analistas apontam que a batalha será travada pelos resultados de Lácio e Piemonte, até agora da centro-esquerda. Somadas a Calábria e Campânia, onde as pesquisas preveem mudanças, ambas poderiam dar ao premiê, mesmo com uma derrota por sete a seis, uma vitória política.
Por sua vez, o PD teria assegurada a vitória em Emília-Romana, Toscana, Úmbria, Marche e Basilicata, enquanto em Liguria e Apuglia ainda há dúvida.
Os analistas tratam os resultados como apostas. Se terminar em nove a quatro, seria tomado como um sucesso da centro-esquerda, enquanto um oito a cinco seria visto como uma vitória tanto para o PDL como para o PD.
Mas as apostas não se baseiam em mais que suposições, já que ninguém sabe até que ponto o governo realmente se desgastou com os escândalos de corrupção e sexo, com os confrontos com o Poder Judiciário e as denúncias de supostas conexões com a máfia que envolvem a vida do primeiro-ministro.
A campanha eleitoral esteve marcada pela ausência de conteúdo, apesar de as principais preocupações do eleitorado serem o desemprego e a economia.
Para esse vazio contribuiu a proibição dos debates políticos nas televisões privadas e públicas antes das eleições.
Nos últimos dias, a atenção dos italianos se centrou no escândalo dos casos de pedofilia que atingiu com força a Igreja Católica e o papa Bento XVI, tema ainda mais polêmico para eles pela força que o Vaticano tem na Itália.
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