Giulietta Simionato, uma das maiores cantoras de ópera italianas do pós-guerra, morreu em Roma, aos 99 anos, anunciou o Scala de Milão.
"Alguns dias antes de seu centésimo aniversário, Giulietta Simionato entrou para a história da ópera, e para a lembrança de todos nós", diz a nota.
A mezzo-soprano italiana, que era presidente honorária da associação Maria Callas, festejaria 100 anos no dia 12 de maio. Após estudar canto em Rovigo com Lucatello e em Milão, com Palumbo, Giulietta Simionato começou a cantar em público a partir de 1927. Ela interpretou papéis secundários durante muito tempo, participando de turnês em Malta, Tunísia, e Líbia, em 1934-35. Debutou no Scala de Milão em 1936, mas foi só nos anos 1940 que se tornou uma de suas vedetes, passando a cantar, também, na rádio italiana (RAI). Após a guerra, era muito requisitada na França, principalmente em Lyon e Toulouse, destacando-se, depois, no Festival de Edimburgo em 1947, no papel de Cherubino, de "Le Nozze di Figaro.
De volta à Itália, especializou-se pouco a pouco em grandes papéis de mezzos das óperas de Verdi, como Azucena, Ulrica, Preziosilla, Eboli, Amneris, participando, também, no renascimento de Rossini, interpretando Isabella, Rosina, Cenerentola. Incluiu também no repertório, as grandes interpretações de mezzos da ópera francesa, como Carmen, Dalila, Charlotte, e ainda Laura de La Gioconda e Princesse de Bouillon em Adrienne Lecouvreur.
Nos anos 1950, participou do renascimento do bel canto ao lado de Maria Callas com as triunfais Adalgisa (Norma) e Giovanna Seymour (Anne Boleyn). Cantou, também, óperas de Cimarosa e Mozart. Participou em 1962, junto a Joan Sutherland, das grandes apresentações no Scala - de Semiramis e Les Huguenots, sendo também sucesso em Viena, Salzburgo, Paris, Londres, Chicago, Nova York, México, Buenos Aires.
Giulietta Simionato era muito admirada pela riqueza e homogeneidade de seu timbre e extensão de sua tessitura vocal, assim como por seus dons de atriz.
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