quinta-feira, 1 de julho de 2010

Frei Rovílio Costa será nome de estrada na serra gaúcha

O nome do pesquisador Frei Rovílio Costa, expoente da reconstituição histórica da imigração italiana no Rio Grande do Sul, falecido em junho do ano passado, deverá se tornar nome de estrada na serra gaúcha, a RS-437 que liga os municípios de Vila Flores e Antônio Prado, com extensão de 30 km. A iniciativa da homenagem é do deputado estadual Francisco Appio (PP) que, nesta quarta-feira (30), protocolou um projeto de lei com este objetivo. A proposta ficará em tramitação, durante os próximos 90 dias.

Na justificativa do projeto, o parlamentar destaca que a rodovia RS-437, antiga estrada Ernesto Alves, foi aberta em 1890, a partir da chegada dos primeiros imigrantes a então Colônia Antônio Prado. Os pioneiros localizaram-se na Capela Santana, na rota da 437. Foram poloneses, suecos e russos que, com a chegada de duas mil famílias italianas, migraram para o Alto Uruguai pelo caminho aberto até Alfredo Chaves, atual município de Veranópolis, com passagem, por meio de balsa, pelo rio da Prata. Appio também argumenta que a RS-437, apesar de precária, sempre serviu de ligação entre os municípios da região, todos de origem italiana, em comunidades onde o Frei Rovílio Costa teve destacada atuação religiosa e cultural.

Frei Rovílio Costa
Ordenado Padre em Vila Flores, Frei Rovílio Costa dirigiu as Paróquias de Antônio Prado e de Ipê, antes de fixar-se em Porto Alegre, onde fundou a Editora EST, responsável pelas principais obras no Rio Grande do Sul que tratam sobre a história da imigração italiana.

Autor do livro “Povoadores de Antônio Prado”, edição de 2007, Rovílio Costa faz uma viagem no tempo, em busca da história e da heróica presença dos imigrantes italianos, na cidade que detém o maior acervo da arquitetura italiana, nas 49 casas tombadas pelo Patrimônio Histórico.

Frei Rovílio Costa nasceu em 1934, em Veranópolis. Em 1946 ingressou no Seminário dos Capuchinhos em Vila Flores, ordenando-se sacerdote em 1960. Formado em Filosofia, Pedagogia e Teologia, Mestre em Educação e Livre-Docente em Antropologia Cultural.

Foi professor no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Ipê, professor e diretor da Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes, de Porto Alegre. Professor da Faculdade de Educação da UFRGS, onde fundou a revista Educação e Realidade. Agente Penitenciário na Penitenciária Estadual de Jacuí.

Vigário Paroquial nas Paróquias Sagra Família (POA), São Luiz (Ipê), Sagrado Coração de Jesus (Antônio Prado) e Paróquia Maronita Nossa Senhora do Líbano (POA).

Em 1973 fundou a EST Edições e a partir de 1975 dedicou-se a escrever e publicar temas imigratórios e demográficos, pesquisando e divulgando a saga dos imigrantes, especialmente italianos.

Integrou o Instituto Histórico de São Leopoldo, a Academia Rio-Grandense de Letras, a Academia Brasileira de Jornalismo, o Instituto Genealógico Brasileiro, Federação Ítalo-Brasileira de Associações Italianas e titular do Acervo das Etnias do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.

Cidadão Honorário de Porto Alegre, também foi distinguido com a Comenda Negrinho do Pastoreio, Prêmio Literário Érico Veríssimo e muitas outras condecorações.

Rovílio Costa foi Patrono da Feira do Livro de Novo Hamburgo e Bom Jesus (2002), Veranópolis (2003), Porto Alegre (2005) e Antônio Prado (2007).
Patrono de bibliotecas públicas de São José do Ouro, Bento Gonçalves, Carazinho e Ibiraiaras. Tem Sala a ele dedicada no Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul. Fundou duas dezenas de acervos de etnias em municípios do Estado. Autor de várias obras, foi também editor de 2.600 obras publicadas e articulista em vários jornais.

Morreu em 13 de junho de 2009, aos 74 anos, sepultado no Cemitério dos Capuchinhos, na Paróquia Santo Antônio, em Porto Alegre.

http://www.oriundi.net/

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