Gianni Alemanno
Roma - A morte de uma criança, encontrada carbonizada ontem na Itália, intensificou o debate sobre as condições dos ciganos no país, já que o bebê foi vítima de um incêndio que atingiu um acampamento ilegal da etnia Rom na periferia de Roma. O menino, que tinha três anos de idade, foi atingido pelo fogo iniciado na madrugada desta sexta-feira, horário local, que teria sido ocasionado acidentalmente, segundo as autoridades da capital italiana. Após o ocorrido, o responsável do município de Roma para os ciganos, Najo Aszovic, anunciou que as autoridades irão ajudar a família, com "toda a ajuda e o suporte necessário".
Já o prefeito da capital, Gianni Alemanno, recordou que esses acampamentos "estão sob terríveis riscos" e reiterou que seu programa de governo conta com planos de assistência e habitação destinados aos nômades.
"Isso mostra que é preciso andar em frente rapidamente com nosso plano destinado aos nômades, que em sua plena realização prevê a remoção de todos os assentamentos ilegais para levar [os ciganos] a residências fixas, em terrenos autorizados e plenamente controlados, dentro da legalidade", disse Alemanno, lamentando a tragédia.
Por sua vez, a Cruz Vermelha reiterou a urgência de "promover ações não apenas como medidas de socorro -- para uma resposta emergencial --, mas que sejam baseadas em intervenções de auxílio para reduzir a pobreza e o sofrimento dos que vivem nessas condições".
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) também alertou as autoridades sobre a necessidade de monitoramentos na região. "A morte do pequeno rom carbonizado nos desorienta e nos deixa sem palavras", declarou o presidente da divisão italiana da agência da ONU, Vincenzo Spadafora.
"É o enésimo episódio que ocorre no interior de barracas que abrigam tantas pequenas vidas humanas", continuou ele, lembrando que há alguns meses "um garoto morreu em Nápoles, por ter inalado [a fumaça de] carvão, nos braços da mãe que não tinha condições de pagar pelos serviços de luz e gás".
"As crianças nômades são cidadãs de Roma e merecem as garantias e políticas de inclusão social", ressaltou o representante do Unicef, afirmando que o fundo "está disponível para colaborar em tal percurso".
Dirigentes da comunidade cigana na Itália também lamentaram o ocorrido e pediram que o governo impeça o "fim de tragédias semelhantes". "Também somos contra os acampamentos ilegais: há anos esperamos uma solução", disse Kasim Cizmic.
Com informações da www.ansa.it/www.ansalatina
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