Novas casas restauradas agregam-se ao patrimônio do Roteiro Caminhos de Pedra, em Bento Gonçalves.
Com apoio da Lei de Incentivo à Cultura do RS, dos proprietários dos imóvei,s e também com recursos da Associação que reúne empreendedores e simpatizantes, várias casas que integram o projeto Caminhos de Pedra, em Bento Golçalves (RS), estão passando por obras de restauro e outras estão em fase de planejamento. O roteiro Caminhos de Pedra visa resgatar a cultura que os imigrantes italianos trouxeram à serra gaúcha a partir de 1875.
Fernando Oltramari é o arquiteto que coordena os trabalhos, chefiando uma equipe de pedreiros e carpinteiros, que está se especializando cada vez mais no restauro de casas antigas. Um exemplo é a casa de pedra pertencente à família de José Cantelli que, como a Casa Commiotto, está sendo transformada em pousada. Prosseguem também as obras já iniciadas em 2009 na casa de pedra pertencente a Jaime Barp, e na Casa de madeira pertencente à família Michelon.
O Projeto Caminhos de Pedra
Idealizado pelo Eng. Tarcísio Vasco Michelon e Arq. Júlio Posenato o roteiro Caminhos de Pedra visa resgatar a cultura que os imigrantes italianos trouxeram à serra gaúcha desde 1875.
O projeto surgiu a partir de um levantamento do acervo arquitetônico de todo o interior do município de Bento Gonçalves, realizado no ano de 1987. Constatou-se então que o Distrito de São Pedro, composto por 7 comunidades, (São Pedro, São Miguel, Barracão, São José da Busa, Cruzeiro, Santo Antonio e Santo Antoninho) possuía o maior número de casas antigas, conservava sua cultura e história, tinha acesso fácil e, conseqüentemente, um grande potencial turístico, apesar da decadência e abandono por que passou na década de 1960-70 com a mudança de traçado da rodovia que ligava Porto Alegre ao norte do estado.
Esse acervo material, parcialmente abandonado e esquecido, exigia uma ação rápida para não ter a mesma sorte de tantas e tantas casas de pedra, madeira e alvenaria que acabaram ruindo ou sendo demolidas. Com recursos do Hotel Dall’Onder algumas casas foram restauradas e passaram a receber visitação. O primeiro grupo de turistas proveniente de São Paulo, pertencentes à Agência CVC foi recebido na Cantina Strapazzon em 30 de maio de 1992.
O sucesso do novo roteiro animou tanto os idealizadores quanto a comunidade. Em 10 de julho de 1997, com assessoria do SEBRAE foi fundada a Associação Caminhos de Pedra, congregando empreendedores e simpatizantes. Montou-se então um projeto abrangente que contemplava o resgate de todo o patrimônio cultural, não só o arquitetônico, envolvendo língua, folclore, arte, habilidades manuais, etc. Este ambicioso projeto foi aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura no ano 1998 passando a partir de então a captar recursos das empresas locais através do Sistema LIC (Lei de Incentivo à Cultura do Estado do RS).
Considerado pioneiro no seu segmento o roteiro Caminhos de Pedra é referência nacional e internacional tendo sido tema de muitos estudos e teses em termos de turismo cultural e rural, arquitetura, patrimônio histórico, empreendedorismo e administração entre outros.
Atualmente a Associação Caminhos de Pedra conta com cerca de 60 associados e o projeto, considerado pioneiro no Brasil em termos de turismo rural e cultural, está recebendo uma visitação média anual de 50.000 turistas. O roteiro está em expansão e possui 13 pontos de Visitação (assinalados em vermelho no mapa) e 53 pontos de Observação Externa (assinalados no mapa com letra verde).
Considera-se como área de abrangência do Projeto a Linha Palmeiro, por enquanto a parte que pertence ao município de Bento Gonçalves, mas a idéia é expandir o projeto até à cidade de Caxias do Sul, passando por Caravaggio.
Redação revista eletrônica Oriundi
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