sábado, 23 de outubro de 2010

O problema da obesidade infantil

Roma - A taxa de mortalidade infantil na Itália caiu drasticamente desde fins do século XIX, quando 78% dos recém-nascidos morria por causa da pobreza, e ainda que esta já não seja uma causa de morte, a má alimentação ainda é recorrente, diante das 50% de crianças italianas que apresentam excesso de peso. Os números estão em um relatório da Sociedade Italiana de Pediatria (SIP), que comemora 120 anos de atividade, e traçou um percurso sobre a evolução da saúde neonatal, do fim do século XIX até os dias atuais.

Em fins de 1800, por causa de problemas sociais, da pobreza ou por uma alimentação inadequada, a mortalidade neonatal e infantil era elevadíssima: 78% dos recém-nascidos abaixo dos dois quilos e meio não sobrevivia.

Nas primeiras duas décadas do século XX, só 600 em mil chegavam à idade adulta. O início da "era dos antibióticos" contribuiu para a queda dos índices de mortalidade. Quanto à alimentação, de acordo com dados de um estudo comparativo da Europa, atualmente mais de uma criança italiana em cinco é obesa (21%) e quase uma sobre duas apresenta excesso de peso (45,6%), com uma porcentagem mais elevada entre os meninos (48,8%) do que entre as meninas (42,2%). No resto do continente se registrou uma aceleração do fenômeno da obesidade, que passou de 0,5-1% anual nos anos 80 para 1,5-2% na década de 1990. Além disso, 9% das crianças entre oito e nove anos não tomam café da manhã e 30% o fazem de forma inadequada; uma em cada quatro não come frutas e verduras diariamente, enquanto que 50% consomem refrigerantes e bebidas açucaradas todos os dias.

A escassa atividade física também é preocupante: 50% das crianças assistem à TV em seu quarto e só 20% praticam algum tipo de desporto mais de uma vez por semana; 70% não têm o hábito de ir à escola a pé e só uma criança em cada quatro (26,8%) brinca duas horas por dia ao ar livre nos feriados.

Nenhum comentário: