Cidade do Vaticano, 21 nov (EFE).- Bento XVI considera errado afirmar que o papa é infalível, pois, segundo ele, mesmo o hierarca máximo da Igreja Católica também se equivoca, declaração que se soma à justificativa que fez do uso de preservativos "em alguns casos".
Ambas as declarações foram expressas no livro-entrevista do escritor Peter Seewald - baseado em entrevistas com Bento XVI -, que será lançado na próxima terça-feira, mas que teve algumas páginas divulgadas neste domingo pela imprensa italiana e alguns trechos publicados um dia antes pelo jornal vaticano "L'Osservatore Romano".
Bento XVI também disse que nunca pensou que seria eleito papa e que, embora Deus lhe dê forças para seguir adiante, ele nota que, aos seus 83 anos, "as forças vão diminuindo".
Além de justificar o uso do preservativo "em alguns casos", a primeira vez que um papa o faz, Bento XVI enfrenta no livro outros aspectos do Pontificado, da Igreja, de sua vida e do momento de sua eleição.
Perguntado se "o papa é verdadeiramente infalível, um soberano absoluto, cujo pensamento e vontade são lei", Bento XVI responde, de maneira categórica: "isso é um equívoco".
Segundo Bento XVI, o papa se comporta "como qualquer outro bispo", salvo em determinadas condições, "quando a tradição é clara e se sabe que não se atua arbitrariamente".
"Obviamente, o papa pode se equivocar. Ser papa não significa se considerar um soberano cúmulo de glória, mas alguém que dá testemunho de Cristo crucificado".
A infalibilidade do papa, aprovada pelo Concílio Vaticano I, é um dos pontos que separam as Igrejas Católica e Ortodoxa.
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