Battisti
Roma - - Os senadores italianos Piergiorgio Stiffoni, Gianvittore Vaccari e Luciano Cagnin, que pertencem à Liga Norte, da base aliada do premier Silvio Berlusconi, pediram ontem (1) que a presidente eleita, Dilma Rousseff, conceda a extradição de Cesare Battisti.
"À nova presidente do Brasil, Dilma Rousseff, pedimos que, entre os primeiros atos, intervenha no que se refere ao status do terrorista Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua por vários homicídios, dando caminho livre à extradição", afirmaram eles.
"Existe um senhor que tem sobre a consciência mais mortos do que as páginas dos livros que escreveu", completaram os senadores.
Condenado em seu país natal por quatro assassinatos, o ex-ativista de esquerda Battisti está detido no Brasil desde 2007, e obteve em 2009 o status de refugiado político, concedido pelo então ministro da Justiça, Tarso Genro.
No último ano, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ao analisarem o caso, votaram a favor da extradição do ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Ainda de acordo com a Corte, o parecer final está nas mãos do líder do Executivo.
Luiz Inácio Lula da Silva, que se despedirá da presidência no dia 1º de janeiro, ainda não se pronunciou sobre o caso. Dilma, no entanto, já falou que poderia seguir a orientação do STF -- divulgada há quase um ano.
Segundo os senadores da Liga Norte, os outros políticos italianos "se prostraram diante da vitória de Dilma Rousseff, esquecendo que poucos dias atrás um grande jornal de São Paulo reportou a indiscrição de que Lula já havia iniciado as práticas contra a extradição de Battisti, que deve voltar à Itália e cumprir a prisão perpétua".
"Acolhê-lo no país com o status de refugiado político é uma afronta às vítimas, às famílias das vítimas e a tantos ítalo-brasileiros, muitos do Vêneto, que deram muito pelo desenvolvimento do Brasil", acrescentaram eles.
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